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Direto do front: como foi a FLIP 2016

  

Encerrada
no domingo, dia 03 de julho, a 14ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)
reuniu cerca de 25 mil pessoas durante os cinco dias de realização do evento
segundo a sua organização, que anunciou a participação de 39 escritores em  diversos painéis de discussões.

Entre
os convidados, os destaques ficaram por conta da Svetlana Alexiévitch, atual ganhadora do Prêmio Nobel,
o escritor norueguês Karl Ove Knausgård e o humorista português, Ricardo Araújo
Pereira, já famoso entre seus colegas de trabalho brasileiros. Integrante do
grupo “O Gato Fedorento”, suas piadas arrancaram gargalhadas da plateia e
geraram comentários entusiasmados pelas ruas de Paraty.

Quem também brilhou para a plateia foi
“A força da Oralidade” de Kate Tempest, ela é poeta, mas sua principal
apresentação não estava nas letras, mas seu destaque ficou por conta de sua
recitação com citações do rap e cultura das ruas. Sua performance foi muito elogiada
pela crítica e foi aplaudida de pé por todos na plateia, mostrando a força da
cultura popular no evento.

A tensão no evento ficou na mesa onde
se discutia a literatura erótica, o debate entre a peruana Gabriela Wiener e a
brasileira Juliana Frank teve momentos de muita discussão na maior parte do
tempo, em um momento, o mediador, Daniel
Benevides, comentou que Wiener, embora “depravada”, também se
preocupava com a família, uma vez que tem filha pequena. Ela confrontou o
mediador de forma dura no sentido do mediador ser mais direto e claro em suas
indagações, o clima ficou tenso.

Outro
aspecto de destaque foram os protestos políticos que estiveram presentes em
grande parte das mesas de discussões, inclusive na última mesa da Flip, a tradicional “Livro
de cabeceira”, em que alguns convidados leem trechos de suas obras
favoritas. Os protestos visaram a situação política do país no processo de
impeachment.

A edição de Flip 2016 registrou uma
queda do número de participantes, comerciantes da cidade de Paraty e
proprietários de pousadas sentiram a queda no movimento e taxa de ocupação
durante o evento. Eles consideraram como fatores desse cenário a escolha de Ana
Cristina César como homenageada na edição deste ano, segundo eles, a poeta é
desconhecida do público, porém relatam que a crise política e econômica de fato
contribuíram para a diminuição do público.

Até mesmo no meio literário houve
resistência na escolha da homenageada dessa edição pois, segundo os críticos, a
poeta não tem uma obra extensa. O curador da Flip alegou que houve uma decisão
deliberada de não colocar um nome pertencente ao cânone dos escritores
brasileiros, que está em processo de consagração, e é interessante que haja
esse debate em relação à escolha.

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