“Queremos conectar as mulheres aqui e
mudar o cenário do mercado da tecnologia e inovação ”
Carine Roos, co-founder da UPWIT.
A UP[W]IT (Unlocking the Power of Women
for Innovation and Transformation), algo como Liberando o Poder das Mulheres
para Inovação e Transformação,
realizou neste sábado, 27 de maio, o evento Mulheres Líderes na Tecnologia. O encontro, que contou com a participação de mais de
70 profissionais, aconteceu no Cubo, em São Paulo e teve o patrocínio da
Globo.com, McKinsey&Company, além do apoio da Cia. de Talentos e Coletivo
Mola
O
evento, foi organizado por uma equipe de profissionais, entre elas, Carine
Roos, também Co-fundadora da UP[W]IT, iniciativa voltada para a inclusão de
mulheres em diversos setores e ambientes de decisão da sociedade,
principalmente na área de tecnologia e inovação, teve o objetivo de discutir as dificuldades das
mulheres no mercado e oferecer mentoria e orientação para profissionais que
estão em busca de oportunidades ou aprimoramento na carreira de TI. Além de
promover as mentorias, outro objetivo é criar um E-book com insights para ajudar as organizações a direcionarem seus
esforços no fomento à maior diversidade no setor.
O
encontro contou com experiências de mulheres inspiradoras como Nina Silva, que
atua há 15 anos no segmento e integra atualmente o time de Gerenciamento de
Projetos na Honda; Juliana Glasser, programadora e maker, fundadora da Carambola e o
Engenho Maker, e Patrícia Borges, que há 10 anos atua como desenvolvedora de software
nos mais variados segmentos e atualmente trabalha na plataforma de autenticação
dos usuários da Globo.com.
De
acordo com Carine, “as empresas precisam visualizar o potencial do trabalho da
mulher no segmento de TI. É preciso pensar nas melhores práticas de atração e
retenção deste público, além de incentivar estas mulheres a conhecer e
continuar na área mesmo diante de tantas dificuldades.”
De
fato, o ambiente de TI não tem sido muito amistoso ou atraente para as mulheres
nos últimos tempos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Computação, apenas
15% dos alunos matriculados nos cursos de Ciências da Computação e Engenharia
são mulheres. Um estudo do PNAD revela que 8 de cada 10 alunas de tecnologia
desistem no 1º. ano do curso. O site Contratado.Me aponta que desenvolvedoras
ganham 30% a menos que seus colegas homens. Talvez seja este o motivo que faz
com que 41% das mulheres que trabalham em tecnologia abandonem a carreira,
contra apenas 17% dos homens, de acordo com um estudo da Harvard Business
Review.
Para
algumas mulheres ouvidas no evento, os desafios passam por não terem um plano
de carreira; não terem uma visão clara do escopo do trabalho ao entrarem em uma
nova empresa ou trabalharem em funções para as quais não foram contratadas e
até mesmo – no caso das mais jovens – não saberem em qual área de tecnologia
atuar, já que o setor oferece tantas possibilidades. Algumas relatam que o
próprio cliente da área de TI, às vezes, não deixa claro quais são as
estratégias ou necessidades do negócio ou as expectativas para a profissional,
o que impacta na realização de um bom trabalho. Outras, em posição sênior
relatam que se sentem estagnadas ou até invisíveis na carreira.
A
diversidade faz bem aos negócios. No relatório Why Diversity Matters da McKinsey&Company, empresas que valorizam e
adotam políticas de diversidade têm 15% a mais de probabilidade de ter um
resultado melhor, enquanto aquelas que adotam a diversidade étnica têm 35%, em
relação à média do setor.
O
público da UP[W]IT envolve desenvolvedoras, designers, engenheiras,
empreendedoras, gerente de projetos ou produtos e especialistas em inovação e
negócios. Em um ano de atividade mais de 500 profissionais passaram por uma
vivência de transformação.