O canal para quem respira cliente.

Pesquisar
Close this search box.

O Excesso de Publicidade: Perseguição ao Cliente

A publicidade virou conteúdo? 

Imagine a cena: Você
está lendo uma matéria sobre um trem descarrilhado ou sobre a caravana que saiu
de Honduras rumo ao México e recebe uma publicidade de uma construtora, panetone ou refrigerante. Algumas
vezes você pode até desabilitar as mensagens, outras são fixas como banners numa
parede e não há como você se livrar delas. 
Não é uma decisão sua,
portanto. Você não pode escolher o que vê.

Penso no processo
de ´buyer´s journey´, aquele que analisa hábitos do consumidor, conhecendo-o
melhor e assim oferecendo um produto interessante ou desejado, através de um acompanhamento
de sua jornada em direção à compra, personalizando a mensagem. Existe uma
conexão feita através de uma “convivência”, digamos assim. Mas não é o que
ocorre, é como se você entrasse numa padaria e alguém te oferecesse um rodízio
de carne: produto e timing errado! Como a empresa espera que uma venda se realize neste contexto?

Descontextualização
é o que ocorre demais na mídia online e offline, principalmente online. A marca não tem ideia do que procuro, e se tiver, é pior, pois,
além de interromper minha busca, tornando-se antipática, oferece algo que não
tem a minima adesão com meus propósitos.
É aquela sensação de ligar a TV
a cabo e constatar que vários canais exibem “programação paga”, leia-se aquele intervalo de tempo onde alguém fala alto e rápido, promovendo um produto cuja oferta
expira em 3-2-1! Não sei de quem é a culpa, se da distribuidora ou dos canais, não importa.  De qualquer forma, ninguém paga TV a
cabo para ver tanta propaganda e não é só durante a programação normal, mas a
propaganda virou conteúdo, faz parte da grade com a duração de vários episódios de uma boa
série ou um bom filme. Na sessão FAQ da minha operadora a pergunta “por que os canais
pagos existem propaganda?” não apresentou nenhuma resposta. 

Minha opinião é
de que a publicidade é exagerada, invasiva e inócua, pois a empatia com a marca
se perde após tantas intromissões. É como se nossos dados vivessem nalgum lugar acessível para todos – turma do bem ou não. É uma invasão de privacidade, percebida com muita desconfiança
e rejeição. Como as empresas trabalham suas estratégias de publicidade? Levam
em conta o quê exatamente? Acredito na publicidade, mas não curto a invasão, o
excesso, porque é irritante. Além do mais, como cliente, quero ter algum controle sobre o que vejo e recebo.

Email marketing, então, mereceria um capítulo à parte. Sei que existe legislação a respeito, mas
é difícil achar a opção “cancelar assinatura” ou “opt-out“. Dia desses liguei para meu
provedor para saber se eles comercializavam suas listas. O analista foi
enfático em dizer que não, mas é difícil acreditar, já que recebo mais spam do
que mensagens sérias. Ele disse que quando a gente compra um produto, acaba de
alguma forma fazendo parte do mailing da empresa, mas alego em minha defesa que
não fiz nenhuma busca recente por construtoras, bancos, crédito pessoal, panetones, medicamentos,
óculos ou convênio médico, apenas para citar algumas categorias.

Sei que  alguns sites oferecem
um serviço premium pago para você não receber anúncios ou você pode até instalar um bloqueador de anúncio, mas de novo a pergunta: e se eu não quiser propaganda durante
minhas buscas, como evitar? 
Tenho que ver um anúncio  bem no meio da minha playlist, por exemplo?  

Enquanto faço
uma pesquisa para este texto recebo propaganda de pizza,
hotel e táxi. Não sei se o
“Tentaremos não exibir este anúncio novamente” é uma promessa ou uma mensagem
com efeito placebo. Algumas até mostram os ícones (aquele “X” maravilhoso!), mas
não funcionam, são como enfeites que estão lá para dizer “olha como somos
legais, respeitamos sua decisão”. Resumindo: é muito ruído para pouca informação. Será que a publicidade virou conteúdo?

Enquanto isso, nós
pobres mortais, vamos vivendo nossa vida entre o “cloud e o inferno”. Penso que
algumas pessoas preferem ser seguidas na rede, não perseguidas. A verdade é que o
 cliente tem pouco protagonismo nas decisões relativas a publicidade que recebe e isto não é justo.

Skip Ad!

Gladis Costa


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima