O Líder, o Método e a Justiça



Já não é mais segredo para ninguém que a atuação e o papel do líder em uma organização são fundamentais para o seu sucesso ou fracasso.


Mas, também não é nada raro, infelizmente, encontrar pessoas que acreditam que uma boa liderança pode ser exercida só por meio do carisma, política, conhecimento do processo de produção ou por ser um craque na venda do produto. Ouso dizer que muitas das promoções que vi deram-se muito mais por fatores como tempo de casa, bons resultados pessoais na função anterior ou alto nível de camaradagem entre seus pares.


Esse é o tipo exato de liderança que não se sustenta a longo prazo e não traz às mudanças necessárias para a organização. Alçar alguém a mais um alto degrau no organograma, uma pessoa igual as demais não trará mudanças profundas ou novos resultados, mesmo que, por seu destaque individual mereça tal promoção.


Até quando boa liderança será confundida com excelentes competências comportamentais?


É óbvio que excelentes competências comportamentais fazem parte do jogo para alcançar o sucesso, mas é preciso aliar outros fatores. Entre eles destaco:


Fidelidade a um método. Gestão sem técnica, sem metas, sem critérios claros de medição não passa de falácia corporativa. Um líder que não tem um método claro de trabalho vive de blá, blá, blá. O líder deve ser um apaixonado pelo método, deve educar seus liderados a usarem o método e ser o maior exemplo no seu uso diário. Na gestão do método todos devem estar envolvidos, o método ajuda na solução de problemas e é ele quem garante os dados e fatos para atingir novos resultados.


Visão sistêmica. O líder não pode sofrer de miopia organizacional e apenas se ater ao que fazia no passado. O líder deve olhar a empresa como um todo e não cair na tentação de querer manter o status quo nos departamentos pelos quais passou. Não deve focar somente uma área da empresa, mas promover a integração entre os setores, resolver conflitos, atender a todos e saber delegar. Não deve existir alguém com o cargo de Diretor Geral, mas que passa 90% do seu tempo na área de vendas, por exemplo. Treine, deixe claro as metas e o que espera dos seus liderados e deixe a coisa acontecer. Confie na sua equipe e cuidado com o autoritarismo!


Lidere pelo exemplo, com justiça e integridade. A adoção ou criação de um bom método de trabalho faz com que o líder ache menos e saiba mais. Gestão do achômetro só traz confusão e desrespeito as pessoas, especialmente para as que estão no mais baixo escalão. Não fuja do método, não quebre regras no meio do campeonato e faça o que precisa ser feito. Não pense duas vezes se for necessário demitir um talento que só pensa em si e cuja ganância acaba com o ambiente de trabalho, ou o funcionário legal, bacana, mas que não bate metas e que está sempre em cima do muro. Ajude essas pessoas a serem felizes e a encontrarem algo que gostem de fazer ou um local onde serão mais produtivas e realizadas. Nunca se afaste da verdade, dos seus valores e não caia na tentação de querer agradar a todos. Isso é caminho certo para o fracasso.


Líderes acima de tudo criam estratégias, percebem as mudanças do cenário, criam equipes de alto desempenho e motivam as pessoas. Líderes vendem a organização para o mercado, fornecedores, colaboradores e comunidade. Liderar não é fácil e requer grande responsabilidade. Liderar é educar, é gostar da excelência, apostar na meritocracia, não temer desafios, é acreditar na mudança como fonte de prosperidade.


Liderar é acreditar, principalmente, que a maior mudança começa dentro de si.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima