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Varejo envia sinais contraditórios em relação ao Natal

(a coluna do Marinho, hoje no Blue Bus, analisa o comportamento das redes de varejo em relação ao final do ano – afinal, é crise ou não?)

Quem leva vantagem nesse Natal?

Sinais contraditórios enviados pelo mercado mostram que nao existe clareza sobre os reais efeitos da crise neste Natal. Enquanto o varejo mantém a tradiçao de fazer contrataçoes temporárias para atender a maior demanda de clientes, muitas marcas começam a apelar para sorteios como forma de elevar vendas. O jornal Valor Econômico publicou na 2a feira uma reportagem bem interessante, mostrando que o varejo e alguns setores da indústria de alimentos, como fabricantes de panetones e chocolates, estao contratando funcionários extras em volume igual e em alguns casos até mesmo maior do que no final do ano passado, quando nao havia nem sombra dessa crise no horizonte – Blue Bus deu essa notícia na mesma 2a feira, leia aqui.

Para você ter uma idéia, nas Casas Bahia o número de temporários para o Natal praticamente dobrou esse ano em relaçao a 2007. Foram 1,350 extras no ano passado e 2,500 vagas neste ano. Essas vagas já foram todas preenchidas e a tendência é de que a maior parte dessas pessoas seja efetivada. Se os comerciantes e fabricantes reforçam suas equipes é porque esperam boa demanda nesse fim de ano, certo? Por outro lado, a atividade promocional vem se intensificando. Essa semana eu assisti na TV a 3 comerciais seguidos, todos usando a estratégia do sorteio de prêmios para atrair clientes – eram da TIM, Fiat e Nestlé. Vários shoppings foram na mesma direçao. Moral da história – ninguém está disposto a correr riscos.

Na 3a feira eu conversei com o José Eustachio, um dos sócios da Talent. Ele me contou que alguns clientes da agência estao até elevando seus investimentos para 2009, enquanto outros de fato devem enfrentar dificuldades no ano que vem em funçao da elevaçao do dólar, da queda nos preços do petróleo ou da restriçao no crédito. Ou seja, a crise nao atinge todo mundo de maneira igual. Parece lógico, nao? No entanto, o que parece prevalecer, na verdade, é, afinal, a lógica do medo.

Nova pesquisa, divulgada na 2a feira pela TNS InterScience, confirma o que o estudo feito pela McCann e pelo Datapopular já tinha adiantado – leia em nota anterior aqui. A maioria dos brasileiros, mais especificamente 56% deles, acredita que o país será afetado pela crise. No plano pessoal, 46%, ou seja, quase a metade dos entrevistados, acha que terá que alterar seus projetos em 2009. E 27% admitem que nao sabem direito o que vai acontecer. Sobre o consumo nesse Natal, 1/3 nao pretende mudar nada, 28% vao esperar até o início de dezembro para decidir o que fazer e 40% pretendem reduzir, finalmente, os valores de presentes e dos gastos natalinos.

Minha aposta é que o número de presentes nao deve cair muito, mas os valores médios de cada um, sim. Nesse contexto, podem levar vantagem lojas de departamento, hipermercados, centros de compra populares e marcas próprias de supermercados.

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