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Você sabe quanto vale sua conta no Facebook?

Facebook CEO Mark Zuckerberg checks his phone during the annual Allen & Company Sun Valley Conference, July 13, 2018 in Sun Valley, Idaho.

Calma, não estou propondo uma ação contra o Mark para pegar “algum” referente à receita gerada para a rede social com a venda dos nossos dados. Aqui, se trata de buscar entender o valor que cada um de nós atribui ao fato de estarmos presentes lá. E aproveitar para calcularmos o “consumer surplus”, excedente do consumidor, envolvido.

Um artigo publicado no site da PLOS apresentou o resultado de dois estudos que basicamente sugeriam a participantes abandonar suas contas no Facebook. Um desses estudos, realizado pelos economistas Jay Corrigan, do Kenyon College, e Matt Rousu, da Susquehanna University, abordou um número menor de pessoas e sugeriu o abandono da rede por prazos mais curtos – um dia, três dias, ou sete dias.  O outro estudo, realizado pelos professores Sean Cash, da Tufts University, e Saleem Alhabash, da Universidade Estadual de Michigan, usou um número maior de participantes e sugeriu o abandono por um ano.

O design dos estudos era tão similar e os resultados foram tão semelhantes que as equipes resolveram fundir o estudo em um só e publicar o artigo conjuntamente. Segundo os pesquisadores, os usuários do Facebook valorizam tanto o serviço da empresa que seria necessário, em média, mais de US$ 1.000 para convencê-los a desativar suas contas.

Na prática, isso não afeta de forma imediata o valor de mercado do Facebook. Considerando que a empresa está avaliada em US$ 2,2 bi, o valor por usuário da rede estaria em US$ 175, mas demonstra empiricamente que há um enorme “consumer surplus” na parada – a empresa estaria hipoteticamente subavaliada.

Se você não lembra direito das lições de economia, o excedente do consumidor é a diferença entre o valor real de um produto e o que o consumidor estaria disposto a pagar por ele. No artigo, o professor Cash usa como exemplo o preço de uma garrafa de vinho. Se a garrafa do seu vinho favorito custa em torno de R$ 100 e você entra em uma loja um dia e descobre que o preço subiu para R$ 120, talvez esteja disposto a pagar esse preço mais alto. Mas se ele continuar aumentando, eventualmente ficará suficientemente alto para você decidir mudar de marca.

Se aplicássemos esse raciocínio de forma bem rasa ao valor de mercado do Facebook, a empresa talvez passasse a valer algo em torno de 10 bilhões de dólares. Mas o mercado de ações não funciona exatamente dessa forma, envolvendo outras variáveis.

De todo modo, observou Noah Smith, colunista da Bloomberg, os estudos podem ter dado algum suporte à ideia de que as mídias sociais criam um enorme excedente do consumidor e, portanto, os serviços online grátis representam de fato um uma forma de crescimento econômico “oculto”.

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