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A valorização do capital humano



Autor: Heitor José Pereira


As organizações passam por um momento de mudanças no que diz respeito a importância dada aos capitais humanos, mais valorizados a cada dia. Para entender um pouco mais dessa nova dinâmica, vale fazermos uma reflexão sobre a crescente importância dada a temas como o conhecimento, que eram deixados de lado por conta da relevância dada aos capitais financeiros e materiais.


No passado, os gestores das empresas se preocupavam em obter os melhores recursos materiais para a construção de uma infra-estrutura que lhes possibilitassem alcançar altos índices de produção. Isso, por sua vez, lhes permitiam obter ótimos resultados econômicos, já que teriam cada vez mais excedentes para comercializar. Essa forma de pensar e administrar os negócios predominou por quase dois séculos, tendo seu início na época da Revolução Industrial. Por volta da metade do século passado, estudiosos começaram a voltar a atenção para um dos fatores mais importantes dentro de qualquer organização: a influência do homem e de suas capacidades transformadoras.


Com o desenvolvimento das ciências humanas, a organização começou a ser analisada não só por sua capacidade produtiva e lucratividade, mas também pelo capital humano, a ela agregado. Nesse ponto, vale lembrar que essa expressão reúne em si os conceitos de educação, inovação, criatividade e conhecimento, entre outros aspectos intangíveis. Quando bem trabalhados, esses ativos gerados pelo esforço humano podem impulsionar uma organização para o sucesso, em todos sentidos. Atualmente, esses recursos, tidos como parte do subjetivo humano, representam a nova fronteira a ser ultrapassa para quem deseja obter vantagem competitiva.


Umas das práticas nascidas dentro desse novo contexto é a gestão do conhecimento, que visa explorar o capital intelectual de uma organização da melhor maneira possível. Hoje, nos trabalhos que desenvolvemos na Associação Brasileira da Gestão do Conhecimento – SBGC, vemos que cada vez mais as grandes empresas se preocupam com o que podem fazer para fomentar a produção do conhecimento e recrutar profissionais que valorizem esse importante aspecto da nova maneira de se pensar a gestão empresarial. Além disso, elas buscam disseminar o aprendizado criado dentro da organização para o maior número de pessoas possível, por meio de ferramentas e estruturas apropriadas, como grupos de discussão e oficinas de desenvolvimento do saber.


A implantação de um blog alimentado pelos próprios funcionários de uma empresa é um ótimo exemplo, já que nele podem ser postados relatos sobre os mais variados assuntos de interesse da organização, ou seja, as pessoas terão, com o passar do tempo, um verdadeiro banco de dados espontâneo e intimamente ligado à realidade da empresa. Isso quer dizer que além de proporcionar oportunidades de criação e desenvolvimento do conhecimento, é importante que as empresas também tenham a capacidade de armazenar e gerir esse conteúdo.


Essa tendência de crescente valorização daquilo que não pode ser mensurado simplesmente em dinheiro é algo que deve se acentuar com o passar do tempo. Cada vez mais, as organizações irão buscar as melhores maneiras de criarem ambientes que possibilitem a seus funcionários pensar e criar conhecimento. Entre um dos benefícios que isso pode gerar, podemos citar a Inovação, tão necessária para que uma empresa possa ter sucesso no mercado em que se encontra inserida.


Heitor José Pereira é presidente da SBGC – Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento e professor da FIA – Fundação Instituto de Administração e de MBAs de algumas instituições (FGV Management; Ibmec;PUC-PR).

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