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Carreira suicida

Autor: Edilson Menezes
A pessoa que decide acabar com a própria vida por meio de um tiro ou um salto de encontro ao trem chama a atenção e choca a sociedade. Ficamos nos perguntando: como é possível alguém tomar uma decisão destas? Já os suicidas que preferem fazê-lo aos pouquinhos, um dia de cada vez, como aqueles que se embrenham na floresta sem saída das drogas, praticamente passam imperceptíveis aos nossos olhos, como se a atitude fosse normal.
Engana-se quem pensa que apenas as pessoas envolvidas com drogas estão se matando aos poucos. Há diversas outras formas discretas de fazê-lo e tem muita gente que nem sabe ou percebe. A própria carreira pode ser letal como um revólver ou gradativamente cruel, gerando um silencioso suicídio. Apresento três circunstâncias. Caso você se identifique, salve-se. Se associá-las com alguém de suas relações, envie este texto e salve uma vida.
1. A pessoa certa no emprego errado – Antigamente, tinha mais valor e credibilidade quem permanecia por décadas no mesmo trabalho e muitas pessoas orgulhavam-se do fato de ter apenas um registro na carteira profissional. Comiam o pão que o diabo amassou, mas não trocavam de emprego. Sentiam medo do desemprego. Suportavam, caladas, chefes carrascos e empresas oportunistas. O século XXI trouxe maior flexibilidade. Hoje a sua imagem não é medida apenas pelo tempo de empresa, mas pela inteligência emocional. Já reparou que as pessoas descontentes na empresa estão sempre indo ao médico por isso ou aquilo? Se você não está feliz, ouse mudar. Cada dia dedicado ao trabalho que não faz feliz representa menos dois de vida;
2.A escolha equivocada na carreira – Seja por pressão da família, escassez de oportunidade ou mesmo pelo critério de escolha pessoal, às vezes se erra e ponto final. Um advogado infeliz precisa de coragem para assumir que errou, determinação para suplantar as críticas dos amigos ou familiares e disciplina para encarar outra faculdade que o fará feliz. O vendedor que entrou no circuito de vendas para sobreviver enquanto não conseguia ser aprovado no concurso para funcionário público e acabou ficando porque não conseguiu, precisa de pulso firme para abandonar as vendas e encontrar a função administrativa que preenche seus critérios. Tanto o advogado como o vendedor exemplificados não podem continuar em suas funções, ou serão suicidas de carreira. Nenhuma arma é tão letal quanto a farsa de viver um sonho emprestado pelo acaso;
3. Patrão demitido – Algumas pessoas não conseguem ficar muito tempo nas empresas por onde passam e isso não é incompetência. Em geral, é surdez emocional. Uma voz interna fica dizendo para montar o próprio negócio, insistindo e apelando que tenha coragem, mas é totalmente ignorada. Assim, as pessoas seguem suas vidas submetidas ao crivo da subordinação, da hierarquia cega. Quem nasceu com vocação empresarial, mas não se permite por medo, vive sem o brilho nos olhos que tanto encanta quando constatamos alguém fazendo o que ama. Esta é a maneira mais cruel de se matar aos poucos: sentir que pode oferecer mais e permanecer no mesmo lugar, reclamando, se economizando, com pena de si e sem coragem para mudar, como se tivesse aceitado o destino suicida. Se você sente no coração que precisa mudar, demita o patrão e ouse vir para o lado de cá. A comunidade empresarial espera de braços abertos para saudar aqueles que tiveram sensibilidade para se ouvir e coragem para mudar.
Salve a vida da pessoa mais importante do planeta e se ainda não sabe de quem estou falando, o reflexo do espelho lhe dirá.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes.

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