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Convergência de interesses

Autor: Hamilton Reis
Em busca da ampliação do diálogo com o governo, muitas empresas têm investido nas associações de classe como ferramenta capaz de prover esse contato e, consequentemente, estabelecer uma relação equilibrada e justa entre consumidores, demais companhias do setor de atuação e órgãos regulatórios. O contato com entidades é ainda uma forma de as empresas se fazerem representadas, reunindo interesses coletivos e convergentes do empresariado.
As primeiras articulações das associações de classe foram registradas na década de 1930, durante o governo Getúlio Vargas, com a formação dos sindicatos patronais. No entanto, foram nos últimos dez anos que a relação das entidades com o empresariado e o governo se intensificou, sobretudo, devido à profissionalização de seus diretores. Hoje, diante de um cenário que exige a gestão da imagem e do relacionamento com os diferentes públicos para os quais atuam, as entidades visam fortalecer o business, a marca e a repercussão na opinião pública, e não apenas no seu segmento de atuação.
A visão do governo em relação ao papel desempenhado pelas associações de classe também evoluiu ao longo dos tempos e, consequentemente, contribuiu para evidenciar a importância das instituições na defesa de interesses comuns e que beneficiam o país. No caso de assuntos referentes às empresas de Tecnologia de Informação (TI), por exemplo, os parlamentares buscam as entidades de classe como fonte para conhecer o setor, analisar o cenário mercadológico e, posteriormente, partir para a tomada de decisões. Neste panorama, as entidades se tornam fundamentais.
As decisões que envolvem o mercado de TI exigem conhecimento técnico do assunto. Para isso, os diretores dessas entidades participam, junto aos representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, de fóruns de discussão, reuniões e grupos de relacionamento para nortearem os temas em pauta, esclarecer dúvidas e explicar, por exemplo, como funciona este mercado, a importância dos temas regulatórios, a necessidade de incentivos a negócios geradores de emprego e conhecimento. Estes grupos buscam caminhos para aumentar a competitividade no cenário nacional e internacional. As explanações e interações permitem o equilíbrio na tomada de decisões e o planejamento de ações que envolvem os negócios do setor.
Com nichos de interesse cada vez mais evidentes, o empresariado encontra nas entidades de classe uma forma de entrar nas esferas governamentais, ou seja, ganha representatividade e poder de barganha. Ao contrário do que é entendido pelo senso comum, que vê nas associações um protecionismo de mercado, essa representatividade permite organizar e proteger o mercado, evoluindo o cenário da tecnologia da informação e provendo melhorias para o setor. As associações de classe permitem ainda o equilíbrio entre oferta e demanda, o que resulta em melhores produtos e serviços, tanto no aspecto de custeio como de qualidade, ajustando a relação custo/benefício que tanto interessa aos clientes.
Além disso, empresas que têm relacionamento com entidades de classe tendem a superar melhor momentos de crise e, também, ver oportunidades e movimentos de negociações. Isso é possível devido à atualização diante das intempéries do mercado ou cenários que mostram evolução do setor, com expectativas de crescimento e oportunidades de investimento por parte do empresariado.
Hamilton Reis é assessor da presidência da Algar Tecnologia.

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