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Cuidado com o lorotelling!

Embora seja relativamente novo no mundo empresarial, ainda existe um grande desconhecimento pela maioria das empresas sobre o que é o storytelling. Porém, o maior desafio não é esse, mas conseguir com que as empresas abram mão dos métodos e ferramentas tradicionais e arrisquem algo novo, na busca por melhores resultados, segundo Gisele Meter, psicóloga e co-founder da B! Storytelling. “Todas as empresas adoram a palavra inovação, mas na prática nem todas querem fazer uso dela em seu dia a dia”, enfatiza. Se bem aplicado, o método possibilita um treinamento mais efetivo, além do aumento de atenção, motivação e envolvimento do colaborador, já que por meio de histórias é possível identificar e assimilar conteúdos que expostos tecnicamente talvez não fossem possíveis.
No caso por decidir utilizar, a especialista comenta que é preciso que esteja bem clara para a empresa a sua própria história. “De nada adianta querer contar uma historia se a própria organização não aplica no dia a dia aquilo que conta, fazendo com que na verdade o storytelling vire ´lorotelling´”. Após bem definida a história, alinhada com a cultura empresarial e os valores da organização, é hora de aplicar a ferramenta. Para isso investir em treinamento especializado é fundamental, caso contrário, volta-se ao “lorotelling”. “Vale lembrar que uma história para ser bem contada, precisa ter começo, meio e fim, além de um objetivo claro. Saber como manipular estes elementos é fundamental para atingir resultados, sendo que criatividade e a visão estratégica caminham de mãos dadas quando se trata de gestão de pessoas”, detalha.
E quem não gosta de uma boa história de superação? Ou ainda, quem nunca se identificou com heróis na infância? Por isso, as historias também são excelentes para motivar, pois atingem diretamente o emocional de quem as escuta, trazendo a tona sentimentos positivos em relação a si mesmo e acerca das condições em que ela se encontra. “Sabemos que a motivação é extrínseca, mas em sua grande parte a motivação também é intrínseca, ou seja, vem de dentro. Com histórias é possível chegar a um nível onde dados não chegam: o coração das pessoas e é por isso que as chances de motivar alguém quando se conta uma boa história tende a ser mais elevada”, esclarece.
GANHOS
Ela ressalta que a comunicação se torna mais fluída, compreensível e simplificada, evitando assim qualquer tipo de ruído. Outro fator a favor é que ele busca elementos para a solução do problema, ou seja, muito dos elementos do storytelling, podem ser trabalhados pelo background da psicologia positiva, que é a grosso modo o olhar positivo diante de uma situação no sentido de encontrar a solução e não somente discutir sobre o problema. Além disso, o método nivela o conhecimento das pessoas e parte da premissa que todo conteúdo pode ser útil, independente de formação ou nível de hierarquia – para o storytelling, todas as pessoas têm voz. Gisele acrescenta ainda o fato de que, quando contamos uma história, atingimos as emoções e são elas que filtrarão e farão com que os conhecimentos sejam assimilados de maneira mais efetiva. “Quando enredamos o conteúdo em uma história, fica muito mais fácil de ser lembrado, mesmo depois de um longo tempo.”
A questão das histórias serem despretensiosas e não impositivas também é uma grande vantagem, pois permite que além de prender a atenção dos colaboradores ainda permita que reflitam suas ações com base naquilo em que escutam. Por mais direcionada que seja uma história, ela jamais terá a pretensão de subestimar ou acusar alguém e está é uma das grandes vantagens, o de usar o inconsciente coletivo para atingir o consciente individual das pessoas. “Quando contamos histórias, as chances de participação aumentam, pois cada um tem algo a acrescentar e assim o conhecimento flui e permeia todos os envolvidos, que não se sentem acuados ou diminuídos o que é diferente do que simplesmente despejar uma enxurrada de conhecimento na cabeça das pessoas. O storytelling, antes de tudo entra pela via do coração, para só então chegar ao intelectual das pessoas”, explica.
Em um call center, Gisele elenca inúmeras possibilidades de aplicação, como a utilização da estrutura de conflito para a solução do problema do cliente, ou ainda o treinamento baseado na jornada do herói para que pessoas que desenvolvem esse tipo de trabalho, compreendam os desafios pelos quais tem de enfrentar para atingir seus objetivos profissionais. “Mas o maior benefício poderia ser a mudança de comportamento dos próprios atentendes, muitas vezes causada por um roteiro mal formatado, que acaba ´robotizando´ o atendimento”, finaliza.

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