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Decreto pode melhorar condições de trabalho


Todos os dias, o Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing (Sintratel) de São Paulo é procurado por mais de 30 trabalhadores que se queixam de doenças relacionadas às atividades realizadas diariamente. A informação é da presidente interina da entidade, Valmira Luiza, para quem o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (12/02), mudando as regras na concessão do seguro por acidente de trabalho, irá melhorar as condições para que esses trabalhadores desenvolvam suas atividades.

“Por conta desse compromisso do governo, de desenvolvimento econômico junto com o bem-estar social, isso nos dá uma garantia maior de poder pleitear melhorias para nossa categoria, porque nós temos ao nosso lado um governo compromissado com a necessidades dos trabalhadores”, disse. De acordo com Valmira Luiza, os operadores de telemarketing passam cerca de cinco horas diárias repetindo um texto preparado pela empresa, geralmente na mesma posição, com apenas dez minutos para pausa. “Nossa categoria, atualmente, é uma das recordistas em acidente de trabalho. Nós realizamos uma atividade muito complexa: durante toda a jornada, nós temos que falar, ouvir, digitar e, muitas vezes, os equipamentos são inadequados. É um trabalho estressante”, acrescentou.

Lesões por esforço repetitivo (LER), perda de audição, desenvolvimento de calos nas cordas vocais e até mesmo a perda da visão estão entre as principais doenças desenvolvidas pelos operadores de telemarketing. Mas o Sintratel, segundo a presidente interina, enfrenta muitas dificuldades para garantir ao trabalhador um atendimento adequado e o recebimento da Comprovação de Acidente de Trabalho (CAT). “Muitas vezes, é alegado que esse trabalhador adquiriu a LER lavando louça, porque a nossa categoria, em sua maioria, é formada por mulheres. É muito difícil o reconhecimento de que o acidente foi realmente ocasionado pela atividade laboral”, explicou.

O sindicato estima que haja mais de 40 mil operadores de telemarketing na cidade de São Paulo. Em todo o estado, esse número sobe para 100 mil. Atualmente, eles trabalham 36 horas por semana, mas o Sintratel quer limitar a jornada a 30 horas. Valmira Luiza lembra que essa é uma das categorias profissionais mais novas do país, tanto que não há regulamentação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Por essa razão e pelo alto índice de registro de doenças relacionadas ao trabalho, ela considera indispensável que os operadores tenham registro profissional. “Para nossa categoria, o registro em carteira é essencial, porque a maioria dos trabalhadores é jovem, geralmente é a primeira experiência profissional, e eles ainda estão vulneráveis a acidentes”, acrescentou.

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