O setor de atendimento ao cliente tem atingido níveis de crescimento jamais alcançados há alguns anos. Com um crescimento que deixa obsoleta qualquer pesquisa, vem surpreendendo até mesmo os mais conservadores. Porém, os dados divulgados por institutos de pesquisa e previsões dos grandes players do mercado não chegam a afetar o Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, o Sintelmark.
De acordo com Oscar Teixeira, presidente da entidade, diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da atividade no País como, a abertura do mercado de telecomunicações que aumentou a competitividade e a qualidade, a migração de profissionais da indústria e comércio para o setor de serviços e a própria alteração da conjuntura econômica. O telemarketing cresceu não porque os empresários estão investindo mais, mas pela própria necessidade e demanda. Ainda assim, estamos longe do ideal, explica.
Uma iniciativa de reunir os sindicatos para discutir o assunto só tem a contribuir com o mercado. Há interesse em que todos falem a mesma língua e, o consenso seria beneficente tanto para os empresários do ramo quanto para os profissionais, comemora o presidente do Sindicato dos Operadores de Telemarketing, Marcos Roberto Emilio.
As expectativas de crescimento do setor financeiro e da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) flutua entre 20% e 30%, um número que, apesar de alto, é considerado aceitável pelo Sintelmark. Já o especulado pelas grandes agências gira em torno de 50% e 60%.
O presidente do Sintelmark é cuidadoso ao tocar em previsões. Estamos crescendo certamente muito mais do que diversos outros setores da economia brasileira, porém, se considerarmos a perspectiva dos players, o número de postos aumentaria em cerca de 40 mil. Não há demanda para tantas posições, o mercado não compraria tudo isso, diz Teixeira. É óbvio que um banco consolidado e forte não vai investir milhões em infra-estrutura, contratação de funcionários e tecnologia para ter de parar com toda a operação dois anos depois.
Uma pesquisa realizada pelo Sintelmark, que estudou as prestadoras de serviço em atendimento, revelou que, em dezembro de 2000, o mercado possuía 8.800 PAs e 13.700 funcionários. O estudo apresentou ainda uma estimativa na qual o setor aparece com 23.500 PAs e 37.600 profissionais. A pesquisa não contou com a participação Atento, que ocupa a primeira posição no ranking de postos de atendimento, mas a empresa foi incluída na estimativa.
Segundo Teixeira o mercado é competitivo e de livre concorrência, mas é importante destacar que a posição da entidade é defender e apostar num crescimento constante e, principalmente, sustentado da atividade. Por isso preferimos manter os números concretos apresentados pela ABT, conclui.
Marcos Roberto Emílio, pesidente do Sintratel reforçou a tese de Oscar Teixeira, esclarecendo que precisamos nos reunir para fortalecer a atividade criando legislações específicas. Temos, agora, um interesse comum, justificou. Mas, em relação à evolução da atividade, o sindicalista defende a tese de que não há crescimento do nível de emprego como um todo, estamos falando de uma ilha. O que está havendo é uma troca de local de trabalho, da indústria e de outras áreas para o telemarketing. Para ele, a consolidação da atividade deverá vir com vários benefícios para os trabalhadores, como a profissionalização.