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É hora de pensar no amanhã


Edson Gil

Fim de ano é sempre a mesma coisa. Época de festas, comemorações e planejamentos. É um momento de reflexão sobre o ano que passou, das conquistas obtidas e das que poderão se realizar no ano vindouro. Porém, o planejamento de uma organização não pode ser feito com base naquilo que se pretende apenas por atributos de vontade e a arte de elaborar um planejamento deve sempre estar focada em duas variáveis para o alcance dos resultados: conjuntura e contexto.

A conjuntura trata da história passada longínqua e a recente, assim como deve sempre tentar, com base em informações seguras, predizer algo sobre o futuro, do mercado, da empresa, das pessoas que a compõem e dos objetivos propostos. É nesta fase que entra o contexto. Ajustando o foco do planejamento para a atual realidade, tamanho, possibilidades e atuações de uma empresa ou pessoa. É o momento de ajuste interessante e realista que permitirá em primeiro lugar saber quais são os resultados possíveis para serem alcançados e como tudo deverá ser feito para atingi-lo, além de traçar cada passo. Se fizer um planejamento é importante, e ninguém discorda disso, saber por onde começar é essencial para ganhar tempo, objetividade e controlar o foco de ação.

Em estratégia, existe uma excelente ferramenta para dar partida a este processo. É chamada de “swot” e que muitos se perdem ou se confundem sobre como usar esta preciosidade. Sempre aconselho a começarem fazendo seus planejamentos através de listas da matriz swot.

Para começar, pegue uma folha de papel. Coloque no cabeçalho o número 1. Em seguida, enumere tudo aquilo que a empresa possui como importante para o negócio. Ou tudo o que uma pessoa possui como fundamental para ser feliz. Coloque todas as qualidades. Procure ser sucinto, objetivo, sem deixar nenhuma qualidade de fora desta preciosa lista.

Em seguida, pegue outra folha de papel, coloque no cabeçalho o número 2 e escreva logo abaixo todos os defeitos, ou aquilo que você acha que precisam melhorar para competir melhor no mercado, alcançarem suas vitórias e serem mais felizes. Também não deixe nada fora. Busque ser o famoso advogado de acusação que busca os defeitos que podem afetar a vida e os negócios. Isso será muito importante para seu planejamento.

Depois, pegue outra folha de papel e coloque no cabeçalho a letra A. Em seguida, escreva todas as oportunidades que o mercado e a vida lhe apresentaram durante o ano e que poderão se concretizar ou se repetir no próximo ano. Desta vez, atenha-se à verdade. Evite o que chamo de achismo. O famoso “Eu acho que…” que tanto costuma atrapalhar os planejamentos.

E por último e não menos importante, pegue outra folha de papel e nomeie-a como B. Nesta folha, faça uma lista de todas as possibilidades contrárias, os reveses, que podem ocorrer no seu mercado ou em sua vida no próximo ano. Parta das que já afetaram este ano e que, por ventura, poderão se repetir. Seja objetivo, porém sem ser pessimista. Não veja apenas os grandes problemas, procure ver os menores. Estes costumam causar maior prejuízo exatamente por não serem observados, analisados e acompanhados.

Bem, depois das quatro listas feitas é hora de começar a fazer o seu plano de vôo para o próximo ano. Pegue as listas 1 e A. Veja como você pode usar as suas qualidades para aproveitar cada uma das oportunidades. Estabeleça parâmetros de tempo, custo e os resultados esperados de cada medida. Crie um gráfico de acompanhamento para a evolução temporal de cada medida adotada e estabeleça metas factíveis para o crescimento. Este será sempre seu quadrante mais importante.

Em seguida, pegue as listas 2 e A. Procure visualizar quais os seus defeitos que afetam a maneira como as oportunidades não são aproveitadas. Busque formas de corrigi-los direcionando cada um dos resultados e novamente crie mecanismos de acompanhamento de resultados, custos e de tempo.

Com as listas 1 e B, veja como criar os mecanismos de defesa sobre a sua empresa para protegê-la das ameaças do mercado. Os itens deste quadrante devem ser acompanhados criteriosamente sobre cada medida adotada. Não se deve deixar de acompanhar cada etapa dos processos assim como os resultados ocorridos.

Ao final, com as listas 2 e B, veja o que e como podem ser encontradas ou obtidas cada uma das qualidades necessárias, mas ainda não desenvolvidas para enfrentar o mercado. É o quadrante que deve receber a mais atenção por parte do planejador. Cada um dos itens deve ser acompanhado com bastante rigor e, transformado em critério competitivo.

É o conjunto das listas que vai permitir sempre uma visão ampla, profunda e atualizada da empresa, de seu futuro e de como os resultados poderão ser alcançados. Agora mãos à obra.

Edson Gil é administrador pós-graduado em administração estratégica, psicanalista, filósofo e consultor de empresas nas áreas de estratégia empresarial. (www.edsongil.com.br)

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