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E-learning ou e-training?



Autor: Alceu Costa Junior

 

A globalização separou o aprendiz do professor tanto física como temporalmente. Hoje é possível que se aprenda sem estar fisicamente no mesmo local do professor e tampouco no mesmo momento. Esse recurso, conhecido como Ensino a Distância – EaD ou e-learning -, vem sendo amplamente adotado por instituições acadêmicas e cobiçado por corporações que precisam treinar seus funcionários, sua força de vendas, seus representantes, de maneira unificada e vencendo barreiras territoriais intercontinentais.

 

Mas será que os recursos de e-learning são adequados para treinamentos nos quais, na maioria das vezes, o grande interessado no processo é a corporação e não o treinando? A resposta é: não! Da mesma forma que se estabeleceu o e-learning para o EaD, é preciso que se estabeleça o e-training para o Treinamento a Distância (TaD).

 

O e-training deve ser mais interativo, deve aplicar com propriedade os recursos de multimídia, valendo-se de todas as inovações possíveis para tornar o treinamento mais agradável e especialmente respeitando os conceitos e premissas desse importante instrumento de comunicação corporativa.

 

Relação próxima com o treinador – Estabelecer uma relação próxima do treinador com o treinando é primordial. O mundo digital carece de calor humano. Assim, é preciso lançar mão de recursos como uma apresentação em vídeo do treinador para que este ganhe vida. A identificação vai garantir que o treinando encare de forma muito mais positiva o assunto apresentado. Seja pela sua qualidade ou pela propriedade com a qual o treinador o apresenta.

 

Participação interativa – Um erro comumente cometido no e-learning é a falta de possibilidade de interação e participação ativa. Num treinamento corporativo, é muito importante que o treinador seja real e acessível ao treinando. Como se ele pudesse levantar a mão e fazer uma pergunta. Para isso, a possibilidade de interação entre ambos tem que ser garantida de forma que o treinando possa postar perguntas, dúvidas e comentários através de mecanismos como fóruns, blogs ou chats. E ainda mais importante, que estes sejam respondidos com agilidade pelo próprio palestrante ou por alguém em seu nome.

 

Conteúdo atual e dinâmico – A retenção do conteúdo apresentado num treinamento presencial está em grande parte relacionada a forma como é transmitido e ao seu ineditismo. No e-training não é diferente. Pelo contrário, por não depender de um evento físico, espera-se que seja atualizado com mais agilidade e frequência. As apresentações devem ser dinâmicas e cativantes. Os recursos multimídia disponíveis atualmente nos permitem mostrar diagramas e gráficos de formas muito mais atrativas que um simples slide estático. Em um ambiente digital, espera-se que estes recursos sejam utilizados sempre que possível.

 

Flexibilidade de acesso – Segurança é palavra de ordem em qualquer corporação minimamente organizada. Especialmente quando se trata do mundo digital. Por isso, é fundamental que as ferramentas utilizadas não dependam de qualquer instalação de aplicativos ou de um ou outro sistema operacional que possa desencorajar ou até discriminar o usuário. Ele quer ser livre e quer que as coisas funcionem como se promete. A boa experiência do treinando desde o primeiro contato com a ferramenta é condição para sua permanência e pode virar um grande trunfo para a corporação no futuro da sua comunicação com ele.

 

Motivação premiada – É comum a inclusão de diversos mecanismos de premiação ou estímulo aos participantes de eventos presenciais. Desde recursos visuais altamente elaborados, até a distribuição de prêmios por participação. Essa prática também não deve ser menosprezada nos e-trainings. A verificação do conteúdo treinado (prova) pode se tornar um mecanismo de premiação. Um bom certificado de conclusão pode ser mais importante que um kit com caneta e bloquinho de rascunho.

 

Estatísticas gerenciais – Por fim, para uma empresa é muito importante poder mensurar o retorno dos investimentos realizados, inclusive com treinamentos. Os tão atuais mecanismos de Business Intelligence trazem consigo ferramentas extremamente poderosas de análise de eficiência dos recursos aplicados. Por isso é necessário que a ferramenta a ser utilizada para o e-training de uma corporação tenha recursos flexíveis das estatísticas de acesso e participação em tempo real. Assim, cada passo pode ser monitorado de forma gerencial e não apenas estatística.

 

O acesso à banda larga vem crescendo exponencialmente no mundo inteiro e especialmente no Brasil. Os conteúdos multimídia estão cada vez mais familiares aos usuários e, por motivos culturais, o vídeo é o que mais os atrai. Estudos internacionais mostram que a utilização do vídeo on line, podcasts, blogs, fóruns e comunidades nas estratégias de comunicação das empresas é cada vez mais importante. Esse, portanto, é um caminho sem volta.

 

Diante desse cenário, as corporações devem atentar para as sutis diferenças, como aquelas entre e-learning e e-training. Embora possam parecer semelhantes, algumas particularidades podem ser fatores determinantes para o sucesso da iniciativa e o nível de especialização atingido por esse mercado permite aos dirigentes escolherem as ferramentas certas para cada caso.

 

Alceu Costa Junior é diretor de desenvolvimento de negócios da Take 5.

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