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É o fim do consumo?

Desde as duas últimas décadas, o Brasil vem passando por um processo no qual as classes mais baixas conseguiram se submergir e galgar patamares mais altos, tornando-se parte das classes médias e altas. Sendo fruto de um momento econômico favorável que o País se encontrou. Mas, para o diretor de marketing, inovação e sustentabilidade da Boa Vista SCPC, Fernando Cosenza, ao contrário do que muitos dizem e acreditam, o brasileiro teve sim uma ascensão, porém não houve uma inclusão socioeconômica. “Eu acredito que só tenha havido inclusão de consumo, que foi, em boa medida, alavancada pelo crédito”, diz ele, em sua apresentação hoje (12), durante o segundo dia do Meeting de Vendas – As Feras do Multicanal. 
De acordo com ele, a ascensão de consumo foi proporcionalmente maior do que o aumento de renda e o aumento do emprego informal. Ou seja, a expansão do crédito foi um dos grandes financiadores do avanço econômico, por essa razão que é extremamente necessário entender o papel do crédito para realizar análises e estratégias de vendas. E entender o crédito é saber que, apesar de o endividamento ter aumentado, ele ainda é pequeno, se levarmos em consideração que o País vive uma economia capitalista e voltada para o consumo. “O endividamento brasileiro, em 2006, era muito baixo, atingindo 22%, em 2014 cresceu para 45%, com a previsão de 46% para este ano, o que ainda é pouco”, detalha.
Ainda assim, quando o País estava em tempos mais positivos, com o crescimento econômico das classes, muitas famílias perceberam que apenas uma pessoa responsável pelas finanças era o suficiente para sustentar o lar. Entretanto, a atual situação negativa, de crise, com uma inflação acima da meta – atingindo persistentemente os 8%, e descontrolada, esses mesmos (e outros) lares perceberam que um ente apenas trabalhando não era o bastante, fazendo com que mais pessoas de uma mesma família passassem a procurar por emprego. Como consequência desse ciclo desfavorável, cresce então as taxas de desemprego, bem como diminuem a criação de novas vagas de trabalho. 
O resultado desse ambiente? O brasileiro da classe média se encontra mais cauteloso, preocupado e já não se encontra mais disposto a gastar. “Ele saiu do momento de farra, em que comprava coisas, como geladeiras, fogão, móveis, e fazia qualquer negócio”, explica Cosenza. “Ele não quer voltar a viver o momento da inadimplência. Viver com o nome sujo no Brasil é muito ruim, pois fica cerceado de muitas situações.” Isto é, o consumidor brasileiro já não quer mais crédito. Resultado disso, deve ser uma estratégia para os varejistas considerarem aumentar as vendas à vista, pois o seu cliente não irá querer se comprometer com dívidas e contas futuras. “Em janeiro, medimos menos 8,4% na demanda do crédito. Para 2015, prevemos que seja uma queda de 3%”, afirma o executivo.
Hoje, o consumidor não quer mais boletos, pilhas de contas, parcelamentos ou cinco cartões na carteira, como símbolo de status. Ele está assumindo um papel mais equilibrado na hora de ter suas escolhas de compra. “Todos os setores estão apontado para baixo nos gráficos de consumo, pois mais ou menos todos dependem do crédito”. Entretanto, Cosenza declara que se o momento atual é incerto o futuro é mais ainda. “Quer dizer que é o fim do consumo? Não sei, vai depender da renda, que, por sua vez, depende do emprego”, finaliza.

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É o fim do consumo?

Desde as duas últimas décadas, o Brasil vem passando por um processo no qual as classes mais baixas conseguiram se submergir e galgar patamares mais altos, tornando-se parte das classes médias e altas. Sendo fruto de um momento econômico favorável que o País se encontrou. Mas, para o diretor de marketing, inovação e sustentabilidade da Boa Vista SCPC, Fernando Cosenza, ao contrário do que muitos dizem e acreditam, o brasileiro teve sim uma ascensão, porém não houve uma inclusão socioeconômica. “Eu acredito que só tenha havido inclusão de consumo, que foi, em boa medida, alavancada pelo crédito”, diz ele, em sua apresentação hoje (12), durante o segundo dia do Meeting de Vendas – As Feras do Multicanal. 
De acordo com ele, a ascensão de consumo foi proporcionalmente maior do que o aumento de renda e o aumento do emprego informal. Ou seja, a expansão do crédito foi um dos grandes financiadores do avanço econômico, por essa razão que é extremamente necessário entender o papel do crédito para realizar análises e estratégias de vendas. E entender o crédito é saber que, apesar de o endividamento ter aumentado, ele ainda é pequeno, se levarmos em consideração que o País vive uma economia capitalista e voltada para o consumo. “O endividamento brasileiro, em 2006, era muito baixo, atingindo 22%, em 2014 cresceu para 45%, com a previsão de 46% para este ano, o que ainda é pouco”, detalha.
Ainda assim, quando o País estava em tempos mais positivos, com o crescimento econômico das classes, muitas famílias perceberam que apenas uma pessoa responsável pelas finanças era o suficiente para sustentar o lar. Entretanto, a atual situação negativa, de crise, com uma inflação acima da meta – atingindo persistentemente os 8%, e descontrolada, esses mesmos (e outros) lares perceberam que um ente apenas trabalhando não era o bastante, fazendo com que mais pessoas de uma mesma família passassem a procurar por emprego. Como consequência desse ciclo desfavorável, cresce então as taxas de desemprego, bem como diminuem a criação de novas vagas de trabalho. 
O resultado desse ambiente? O brasileiro da classe média se encontra mais cauteloso, preocupado e já não se encontra mais disposto a gastar. “Ele saiu do momento de farra, em que comprava coisas, como geladeiras, fogão, móveis, e fazia qualquer negócio”, explica Cosenza. “Ele não quer voltar a viver o momento da inadimplência. Viver com o nome sujo no Brasil é muito ruim, pois fica cerceado de muitas situações.” Isto é, o consumidor brasileiro já não quer mais crédito. Resultado disso, deve ser uma estratégia para os varejistas considerarem aumentar as vendas à vista, pois o seu cliente não irá querer se comprometer com dívidas e contas futuras. “Em janeiro, medimos menos 8,4% na demanda do crédito. Para 2015, prevemos que seja uma queda de 3%”, afirma o executivo.
Hoje, o consumidor não quer mais boletos, pilhas de contas, parcelamentos ou cinco cartões na carteira, como símbolo de status. Ele está assumindo um papel mais equilibrado na hora de ter suas escolhas de compra. “Todos os setores estão apontado para baixo nos gráficos de consumo, pois mais ou menos todos dependem do crédito”. Entretanto, Cosenza declara que se o momento atual é incerto o futuro é mais ainda. “Quer dizer que é o fim do consumo? Não sei, vai depender da renda, que, por sua vez, depende do emprego”, finaliza.

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