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Estabilidade não é tudo?

A atual instabilidade econômica do Brasil ainda não é suficiente para mudar a forma de pensar da geração milênio, que pela primeira vez se depara com um cenário de retração no mercado de trabalho. Pesquisa da Michael Page, realizada em junho, revela que 74% dos brasileiros têm a intenção de mudar de empresa apesar da crescente taxa de desemprego no país, que alcançou 8,6% no segundo trimestre deste ano. A informação foi apresentada nesta terça-feira (25), no People Connections, seminário de recursos humanos da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, AmCham Rio.
Além disso, 46% dos executivos de gestão de pessoas apontam a retenção como uma das principais questões nas empresas, conforme aponta o mesmo levantamento da Michael Page, que entrevistou 600 gestores de RH e 1000 profissionais. “Muitos imaginam que, com a crise, as pessoas optariam por se manter em seus empregos e garantir a estabilidade. Essa não é a realidade do profissional de hoje”, afirmou Viviane Prado, gerente na consultoria autora da pesquisa. De fato, segundo dados do LinkedIn, 77% dos talentos registrados na rede social corporativa são considerados migrantes passivos, ou seja, não estão ativamente à procura de um emprego, mas aceitam encarar novos desafios ao receberem propostas interessantes. Segundo Domingos Zuccherelli, gerente regional de vendas do LinkedIn, “vivemos atualmente na época da sociabilização e da troca de conhecimento”, realidade na qual as interações são rápidas, móveis e globais.
A geração milênio representa atualmente mais de 50% da força de trabalho ativa no mundo e, em 2025, contabilizará 75% do total, segundo pesquisas de mercado. A ascensão do novo perfil de profissional faz crescer também a preocupação com a fixação de talentos. “O jovem de hoje busca mais qualidade de vida do que segurança financeira. O tempo é a coisa mais valiosa que a gente tem”, afirmou Juliano Kimura, consultor em marketing digital do Grupo Mktrix, durante o evento. Dentro disso, o executivo Pedro Janot, membro do conselho da Azul Linhas Aéreas, que costumava trabalhar no mínimo 12 horas por dia, concorda. Após passar por um acidente que o deixou imobilizado fisicamente, ele passou a defender maior flexibilidade na carga horária. “Vocês podem se permitir jornadas de 14 horas, mas também de 8 horas e de 6 horas. A vida é muito curta e vaporizada. Dê tempo para você, para seus filhos, para sua esposa. É muito importante”, afirmou.
Outro ponto abordado foi a crescente troca de informações com a consolidação das redes sociais e o conflito com questões de segurança cibernética nas empresas. De acordo com João Cesar Lima, sócio da PwC e diretor da AmCham Rio, as empresas precisam provocar modificações culturais que incluam a geração Y e, nesse sentido, proibir o uso das redes sociais nas empresas é regredir. “As empresas falham na comunicação com seus colaboradores ao não explicarem o porquê de não ser possível acessar as redes sociais dentro da rede da própria empresa, pois é uma questão de segurança da informação”, afirmou.

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