Autor: Cíntia Bortotto
Atualmente, vivemos uma revolução no mundo corporativo. Isso porque a Geração Y, tão estudada e comentada por especialistas, não chegou apenas ao mercado de trabalho. Hoje, ela vive cargos de liderança e muitas adaptações estão acontecendo.
Os indivíduos desta geração são tecnologicamente superiores; tendem a ter entendimento global; necessitam de reconhecimento positivo periódico; desejam crescimento rápido na carreira e são imediatistas. Tecnicamente eles são muito sofisticados; são multi-tarefeiros, fiéis aos seus projetos, informais, autônomos e individualistas. Não abrem mão de gerenciar simultaneamente sua vida pessoal e profissional. Precisam se sentir “fazendo parte” do time: liderança por coletividade e inclusão.
Esta geração já está no poder e toma decisões ponderando seus valores e preferências. Por conta disso, temos notado algumas mudanças de postura das empresas, tais como:
1. Investimento em tecnologia e comunicação. Há um desejo de conectar-se aos clientes, fornecedores, e especialmente com o consumidor final;
2. Presença nas redes sociais como forma de comunicação e formação de opinião;
3. Preocupação com assuntos como qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, com atenção focada a trabalhos part time ou parte do trabalho feito em home office;
4. Valorização da sustentabilidade e da lealdade;
5. Intensificação da velocidade tanto de promoções como de tomada de decisão.
O “Y” da questão
Mas, afinal, o que é a Geração Y? Retomando o que já abordei anteriormente nesta coluna, as gerações são grupos com características similares, tratados por meio de uma cronologia ou uma linha do tempo. Por estas características, entendemos valores, motivações, preferências no ambiente de trabalho, forma de se comunicar, forma de aprender, postura, forma de se relacionar, entre outros. Apenas para elucidar, temos:
– Nascidos antes de 1945 – tradicionais
– Nascidos entre 1946 e 1964 – Baby Boomers
– Nascidos entre 1965 e 1977 – Geração X
– Nascidos entre 1978 e 1995 – Geração Y
– Nascidos após 1995 – Geração Z
A melhor forma de lidar com o choque das gerações é por meio do diálogo e do incentivo de feedbacks constantes, já que a Geração Y tem esta necessidade e, cada vez mais, as empresas têm estes profissionais na faixa etária de atuação. Conhecer as características de cada geração também facilita o entendimento entre elas. Isso pode ser feito através de palestras com especialistas.
A Geração X muitas vezes ajuda a Y no ambiente corporativo, tanto com os BabyBoomers, como com os tradicionais, que é onde há maior atrito. O X tem um papel importante de tradução das gerações, já que é adepto das mudanças, mas de um jeito mais pragmático e não tão questionador. A Geração X e a Y têm uma relação positiva. As maiores diferenças dizem respeito ao imediatismo que a Geração Y tem. A X lida melhor com a frustração, consegue protelar a recompensa, coisa que a Geração Y tem mais dificuldade. Enquanto o Y não entende como o X se sujeita a esperar, o X não entende como o Y não consegue adiar um pouco a recompensa. Como o Y precisa de limites claros, por conta da dificuldade em lidar com eles, o X tem de aprender a colocar estes limites, trabalhando uma comunicação clara e transparente.
O efeito Y
Os efeitos da Geração Y no poder têm mais relação com a valorização do meio ambiente, da relação de qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Decisões ou projetos que envolvam estes temas terão a simpatia e por que, não dizer, a posição favorável desta nova geração. Com a Geração Y tomando decisões, teremos empresas cada vez mais verdes e focadas no consumidor final. Veremos toda uma cadeia envolvida com estes novos valores, desde os fornecedores até os consumidores. Isso tende a ser feito por meio de uma comunicação clara, transparente e direta, em uma velocidade nunca vista antes.
Seja qual for sua geração, siga confiante e boa sorte!
Cíntia Bortotto é psicóloga e consultora em recursos humanos.