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ICC registra nova alta

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), calculado em conjunto pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou aumento pelo terceiro mês consecutivo em setembro.Com alta de 6,2% em relação ao mês anterior, o indicador ficou em 128,8 pontos na região metropolitana de São Paulo, numa escala de 0 a 200, que indica pessimismo abaixo de 100 e otimismo acima desse patamar.

Mesmo com o aumento, a assessoria econômica da Fecomercio lembra que este é um indicador que tenta medir o ânimo do consumidor e, por essa razão, é instável e suscetível às oscilações políticas e econômicas. Isso indica, portanto, que não há segurança quanto à continuidade de sua elevação. Em janeiro, por exemplo, o ICC havia subido 7% em relação a dezembro, para 127,29 pontos, próximo ao patamar atual, enquanto em março houve queda de 8,6% ante o mês anterior.

Em setembro, o crescimento do ICC foi puxado principalmente pela expectativa dos consumidores em relação ao futuro, que teve alta de 8,6%, para 150,8 pontos, acompanhando a tendência de agosto, quando subiu 4,9%. Para os economistas da Fecomercio, o resultado mostra que o consumidor deposita sua confiança na melhoria das condições econômicas no futuro. Espera, principalmente, que os indicadores de emprego e renda mantenham a trajetória de alta.

Por outro lado, o índice das condições econômicas atuais apresentou alta de apenas 1% em setembro, para 95,7 pontos. Na avaliação da assessoria econômica, isso indica que a situação atual ainda é vista com reservas, já que permanece dentro da zona de pessimismo.

Diante deste cenário, uma possível elevação pelo Banco Central da taxa básica de juros, encarecendo o crédito, e o aumento da inflação, especialmente no tocante aos preços dos alimentos, podem afetar o sentimento de confiança do consumidor. “Nada garante que esse crescimento da economia se mantenha, se os juros e a inflação subirem”, afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.

As maiores altas do ICC em setembro foram registradas entre aqueles que ganham menos de dez salários mínimos (9,0%). Isso se deve ao fato de que são pessoas com menos acesso à informação e para quem os níveis de emprego e renda têm maior peso do que, por exemplo, as atribulações políticas.

O crescimento do otimismo entre as mulheres também foi maior do que entre os homens. Entre elas, a alta foi de 10,1%, enquanto para os homens foi de 2,4%. Analisando as pesquisas anteriores, a assessoria econômica afirma que isso se deve ao fato de que as mulheres são mais sensíveis às mudanças de conjuntura, que afetam diretamente o poder de compra da família.

Copom

A Fecomercio avalia que os efeitos de um possível aumento na taxa Selic, hoje em 16% ao ano, serão negativos. A entidade entende a necessidade de controlar a inflação, mas considera que juros maiores significam crédito mais caro, o que pode levar a uma desaceleração nos investimentos. “Isso pode vir a afetar a ainda incipiente recuperação dos níveis de emprego e renda, sem a qual não pode haver crescimento econômico sustentado”, diz Abram Szajman.

Mudança de Metodologia

Em julho deste ano, a Fecomercio, em parceria com a FGV, implementou importante alteração no cálculo do ICC, no sentido de melhoria e maior precisão técnica de seus resultados. Assim, o índice mensal passou a ser calculado com base em quatro tomadas semanais, sendo as três primeiras com cerca de 400 entrevistas e a última com, no mínimo, 900 entrevistas, esta feita sempre na primeira sexta-feira de cada mês corrente. Esse procedimento, além de aumentar significativamente o grau de precisão dos resultados, pois computará mais de 2000 questionários por mês, permite
neutralizar os efeitos chamados “pontuais”, ou seja, que um único evento possa ter influência decisiva sobre os dados finais.

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