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Inclusão de deficientes

Dados oficiais do governo federal indicam que somente um terço dos 24,5 milhões brasileiros portadores de deficiência estão empregados. As características do trabalho de call center, no entanto, abrem uma oportunidade quase ilimitada de inclusão no mercado para pessoas com dificuldade de locomoção, problemas motores ou deficiência visual.
Atualmente, 50 vagas de operador de telemarketing para pessoas portadoras de deficiência (PPDs) estão abertas na Softway Contact Center. A maior parte delas é para a unidade da empresa em Jundiaí (SP), que possui rampas de acesso, bebedouros, postos de atendimento, lanchonete e banheiros adaptados. Nas demais unidades (em Florianópolis e São Paulo), a estrutura física das instalações ainda não permite a locomoção em cadeiras de rodas, mas são oferecidas vagas para pessoas com problemas físicos ou de visão.
“O projeto Horizontes para PPDs foi instituído em 2003 na Softway, mas existe uma grande dificuldade em encontrar profissionais interessados nas vagas”, conta a superintendente de Pessoas da Softway, Icione Braga. “Entre os sete PPDs que trabalham na unidade de Jundiaí, temos casos de pessoas que mudaram a forma de se relacionar com o mundo: o fato de trabalharem ao telefone, sem serem julgados por sua deficiência, integrou-os ao mercado de trabalho e deu-lhes uma dignidade nunca antes experimentada”.
Outra empresa que está promovendo a inclusão é a Uranet. O setor de call cente da empresa, com sede em São Paulo, especializada em soluções de tecnologia, desenvolveu uma maneira criativa de inserir no mercado de trabalho 25 pessoas que utilizam cadeira de rodas: eles trabalham em suas próprias casas, onde a empresa instala computador, conexão à internet e linha telefônica. No momento, a Uranet está com 50 vagas desse tipo abertas.
“O atendente é registrado pela CLT e tem os mesmos direitos e obrigações dos operadores que trabalham fisicamente na Uranet”, explica Andres Garcia, presidente. “Nosso sistema permite que mesmo as ligações atendidas fora do call center tenham todos os componentes de um atendimento profissional”. O projeto, batizado de Atendimento Especial, conta com o apoio de entidades como AACD e AVAPE, que encaminham à empresa os candidatos para as vagas.
Apesar das iniciativas de sucesso promovidas pelo setor de call center, a Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) aponta a dificuldade em se cumprir a lei federal que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a reservar de 2% a 5% de suas vagas para deficientes. “O grande empecilho é que o Estado não oferece meios para que os PPDs se capacitem ou mesmo se locomovam até o local de trabalho. Ainda assim, diversas empresas de call center têm se esforçado para buscar alternativas, cumprindo sua obrigação legal e social”, aponta Topázio Silveira Neto, presidente da ABT.

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