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Liderar é comunicação, conexão e confiança

Autor: Arnaldo Auad
Cada dia que passa, percebo que uma boa comunicação e liderança têm total relação com conexão. Se você pode se conectar com outras pessoas em todas as esferas, – individual, em grupos e com uma plateia – seus relacionamentos se tornam fortes, sua percepção de comunidade melhora, sua habilidade de criar um trabalho de equipe melhora, sua influência aumenta e sua produtividade vai à estratosfera.
O que quero dizer quando digo “conectar-se”? Conectar-se é a habilidade de se identificar com pessoas e se relacionar com elas de forma que aumente sua influência. É através da comunicação que os seres humanos podem interagir uns com os outros e construir a sua identidade pessoal e social.
Os líderes só conseguem alcançar os seus objetivos porque trabalham e interagem com outros indivíduos e, para isso, o requisito é manter uma comunicação constante. Se as mensagens não forem claras e bem recebidas, o processo de liderança pode estar comprometido.
Quando me refiro à comunicação, não está em causa a capacidade oratória do líder, mas as competências que lhe permitem dirigir, instruir, compartilhar e inspirar os seus colaboradores. É através da comunicação e do relacionamento que o líder vai conhecer os seus colaboradores, proporcionar-lhes crescimento, inspirá-los e motivá-los para elevados desempenhos, para que sejam autônomos e capazes de contribuir para o desenvolvimento da organização.
As barreiras na comunicação podem acontecer pelos seguintes motivos:
Filtragem: ocorre quando o emissor manipula a informação de modo a agradar ao receptor. Por exemplo, um gestor diz ao seu patrão o que acha que este quer ouvir, e não o que realmente se passou ou pensa.
Erros de percepção: os indivíduos têm tendência a projetar os seus interesses e as suas expectativas na comunicação, ouvindo o que lhes convém, e não o que foi realmente transmitido.
Excesso de informação: os indivíduos não conseguem processar demasiada informação (a informação fornecida não deve ultrapassar a capacidade de processamento dos indivíduos).
Defesa: quando, de alguma forma, os indivíduos se sentem ameaçados, tendem a reduzir a sua capacidade de comunicar eficazmente, ficando na defensiva.
Linguagem: não são apenas as diferenças do código linguístico que se tornam barreiras à comunicação. Mesmo quando as pessoas falam a mesma língua, nem sempre conseguem se comunicar eficazmente, porque acabam atribuindo sentidos diferentes às mesmas palavras.
Lidar com estas barreiras é o primeiro passo que deve ser dado. É preciso criar um ambiente de abertura e franqueza, não hostilizar as diferenças de interpretação e fomentar as trocas de comunicação.
O processo de comunicação não se resume a falar, até porque todo tipo de comportamento e postura é uma forma de comunicação. Mesmo as pausas e os silêncios indicam a nossa posição no processo de comunicação, e devemos estar despertos e atentos a cada movimento.
O líder deve desenvolver relações de confiança, deve procurar conhecer o outro, sendo a comunicação a chave da relação que se estabelece com o colaborador ao longo do tempo. Procure ter interesse real pelo “outro”. Dessa forma, é possível conhecê-lo, compreendê-lo e ele (o colaborador) acabará por entender, perceber e valorizar o interesse que tem por você, pelos seus sentimentos e pelas suas opiniões. Este processo, sendo mais analógico do que digital, requer da parte do líder espontaneidade e naturalidade nas relações com os colaboradores.
É necessária a consciência de que comunicar não é um processo fácil, uma vez que se reveste de fatores complexos como a interpretação de significados, muitas vezes emocionais, e sujeitos a erros e interpretações questionáveis acerca da real intenção das mensagens. Será possível a comunicação plena, sem falhas? O grande desafio dos envolvidos é a redução dos erros, interpretações questionáveis e barreiras à comunicação.
Seguem aqui algumas diretrizes para ajudar a minimizar os impactos da comunicação:
– Diga o que pretende comunicar o mais cuidadosamente possível, e no momento apropriado;
– Tenha atenção a quem se dirige. A comunicação deve ser adequada ao “outro”;
– Seja verdadeiro e honesto, autêntico e natural – meias verdades são também meias mentiras;
– Procure saber se os receptores realmente perceberam a mensagem. Faça perguntas, solicite feedback;
– Quando estiver mal-humorado, tente não expressar emoções negativas;
– Use exemplos e ilustrações da vida real;
– Não tema repetir-se. A repetição pode ajudar a fazer-se entender. Nem todos percebem uma mensagem à primeira vez. Se possível, nunca diga nada de muito importante apenas uma vez;
– Tente transmitir mensagens que não sejam nem demasiado curtas, nem demasiado longas. Mensagens muito longas podem fazer com que os receptores desviem a atenção;
– Não use, de forma alguma, sarcasmos ou insultos;
– Se não sabe sobre determinado assunto, diga que não sabe. Admitir que não sabe tudo traz credibilidade. Ao admitir que não é perfeito, as pessoas vão acreditar em você mais facilmente;
– Aprenda quando deve ficar calado. Se estiver sempre a falar, não pode ouvir o que o outro tem para lhe dizer. Os melhores comunicadores são, antes de tudo, bons ouvintes;
– Não receie em mostrar as suas emoções. Se for demasiado frio, não vai conseguir captar a atenção do seu receptor. Mostrar o seu entusiasmo, por exemplo, pode persuadir mais facilmente os “outros”;
– Ouça a si próprio e analise a forma de transmitir as suas ideias.
A confiança é a chave para o crescimento das relações. A sua importância passa pelo fato de não podermos pedir a ninguém que a tenha por nós. Ela constrói-se todos os dias, no cotidiano do trabalho, pelas diversas partes envolvidas na relação.
Como as coisas mudariam no trabalho se você pudesse se conectar melhor com seu chefe? De acordo com a Harvard Business Review: “O critério número um para um avanço na carreira e para uma promoção é a habilidade de se comunicar de forma eficaz.” Isso significa conectar-se! Se aprendesse a se conectar melhor, isso mudaria sua vida!
Sugiro que você investigue, treine teste e obtenha suas próprias conclusões. Entretanto, uma coisa é certa. Como líder, você precisará se comunicar, você precisará se conectar.
Arnaldo Auad é fundador da Direção e Sentido Coaching e Treinamentos e do Grupo BD Tecnologia.

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