O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que desonera o setor de exportação de software e serviços de tecnologia da informação (TI). A desoneração tem validade também para empresas de call center. O decreto 6.945, que regulamenta a Lei 11.774, de setembro de 2008, reduz de 20% para 10% a alíquota de INSS sobre a folha de pagamento de empresas de TI que tenham foco em exportação. A lei exige em contrapartida que as empresas invistam em capacitação de pessoal, pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. O benefício terá validade de cinco anos a partir de setembro.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que reúne grandes prestadoras de serviço de TI, a desoneração pode atingir cerca de US$ 70 milhões até o fim de 2009. A entidade afirma que o custo da mão de obra no setor de TI representa entre 70% e 80% do faturamento das empresas, o que deve cair para 60% com a medida. Em nota, o presidente da Brasscom, Antonio Carlos Rego Gil, diz que a assinatura do decreto “veio em ótima hora para o setor. Isso demonstra a importância de TI para o Brasil, acompanhando o interesse das empresas internacionais em investir no país”.
A meta do governo, descrita no Plano de Desenvolvimento Produtivo (PDP), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), é elevar a receita com vendas externas de software e serviços de TI de US$ 800 milhões em 2007 para US$ 3,5 bilhões em 2010, com a geração de 100 mil empregos. A conta inclui software de pacote (comercializado sob a forma de licença), serviços (outsourcing, offshore) e software embarcado (em celular e eletrodomésticos, por exemplo).