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Multiplicador ou limitador?

Autor: Ricardo Devai
Responda rápido: o sucesso de uma equipe depende do talento de seu líder ou do trabalho em conjunto dos liderados? Não tenho uma resposta definitiva, mas posso garantir que o talento de um líder em descobrir e administrar a inteligência da sua equipe pode multiplicar resultados.
Na maioria das empresas, temos o seguinte cenário: o líder percebe uma deficiência na sua equipe e pede para o pessoal de Recursos Humanos criar um treinamento. O RH monta e aplica o conteúdo na equipe, que então volta a trabalhar. Pode parecer que está tudo certo, mas essa rotina possui brechas que permitem a criação de uma série de ruídos.
Por exemplo, e se o que o RH passou para a equipe não é o modo de trabalho do líder? Um problema pode ser visto e resolvido de diversos ângulos. Se a equipe não voltar com a habilidade esperada pelo líder. Pode-se dizer que o problema está em um treinamento mal elaborado. Isso não é verdade, pois o RH apenas aplicou o que ele considerou o melhor para a situação. Outra possibilidade é a equipe participar do treinamento, considerar seu conteúdo interessante, mas nunca realmente conseguir colocar o aprendizado em prática.
Isso é comum quando o que lhes foi passado não está de acordo com a expectativa do líder, que acaba agindo como uma trava para o seu desenvolvimento. O ideal aqui seria uma aproximação entre lideranças e RH, para justamente garantir um discurso uniforme dentro da organização.
Neste contexto, entra em pauta a figura do líder formador. Participei recentemente da conferência realizada pela ASTD em Washington (EUA). A instituição é reconhecida mundialmente como a maior referência no desenvolvimento de líderes, e pude notar como o tema “líder formador” esteve presente em diversas palestras e mesas redondas. Existem diferentes nomes, como líder coaching ou líder multiplicador, mas a essência é basicamente a mesma: uma liderança que promova o melhor de sua equipe.
Um dos nomes mais famosos na área é certamente Liz Wiseman. A norte-americana é presidente do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa em Liderança The Wiseman Group. Autora de diversos livros sobre Liderança, Liz classifica os líderes em multiplicadores e limitadores. Para ela, os dois trabalham da mesma forma na maior parte do tempo, mas são alguns detalhes da sua conduta permitem que eles multipliquem o poder de suas equipes ou limitem totalmente sua inteligência.
Outros autores, como John Maxwell e Bill Hybels, também estudaram o assunto, mas foi Liz quem realmente encontrou a definição ideal. O líder multiplicador é aquele que encontra o talento de cada um de seus liderados e o expande. Ele apresenta feedbacks constantes e sabe o modo e o momento de falar com sua equipe.
O líder multiplicador não deve ser responsável por criar e aplicar treinamentos, mas deve treinar e aperfeiçoar a sua equipe no dia-a-dia da organização. Ele tem a vantagem de ser a pessoa mais próxima dos liderados, e por isso sabe qual a real necessidade de cada um e se as medidas tomadas estão realmente tendo o efeito esperado. E caso haja a necessidade de um treinamento com a equipe de Recursos Humanos, ele explica detalhadamente a necessidade e acompanha a elaboração do curso. Tudo para que o RH e liderança passem a mesma mensagem aos liderados, evitando ruídos.
Em resumo, um líder multiplicador (ou formador) deve saber elevar o potencial de sua equipe, gerenciar talentos, expandir a visão da empresa e, com isso, gerar ótimos resultados. Em contrapartida, um líder limitador consegue extrair menos da metade da capacidade de quem está a sua volta. Ele não permite o desenvolvimento de seus liderados, utiliza o feedback como uma punição e não incentiva os talentos de sua equipe. Escolher ser um líder multiplicador parece o caminho mais lógico, mas esta é uma postura que demanda certo trabalho. Segundo pesquisa realizada pela Harvard Business School com 500 executivos, uma média de 43% dos líderes estão no perfil limitador, 10% são multiplicadores e 47% estão no meio das duas definições.
Ter uma posição de liderança dentro de uma empresa nunca será um trabalho simples. Ser líder significa que alguém confiou no seu talento e lhe escolheu para esta posição de destaque. Cabe ao líder entender que ele realiza este mesmo papel em relação à sua equipe: ele deve inspirar confiança e instigar seus liderados a darem sempre o melhor de si. Isto faz o profissional atingir novos níveis de satisfação e eficiência. O trabalhador se sente importante dentro da organização onde trabalha e a empresa passa a apresentar resultados excepcionais. E você? É um multiplicador ou limitador? Pense nisso!
Ricardo Devai é diretor da élogos Brasil.

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