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Não entre numa fria


Quem já esteve desempregado nos últimos anos, provavelmente acabou se cadastrando em sites na Internet que auxiliam na busca de um novo emprego. Mas e quando esta exposição traz abordagens inesperadas e até mesmo desagradáveis? Por exemplo, quando empresas de assessoria à recolocação profissional ligam e oferecem uma vaga exatamente com o seu perfil e deixam a entender que o seu novo emprego bate à sua porta? O que fazer? Já parou para pensar o que isso causa na cabeça de quem está desempregado? Nessa hora, é certo ou errado cobrar para oferecer serviços de recolocação profissional?

Como presidente da Curriculum.com.br, meu posicionamento é claro: é correto receber por serviços que auxiliem o candidato no seu processo de busca de emprego, ou de recolocação profissional. Na análise de currículo, por exemplo, profissionais com experiência em Recursos Humanos podem deixá-lo muito melhor. Isso porque, as pessoas em geral não sabem como dispor as informações, o que colocar, o que não colocar, erram no português, na forma de se expressar, deixando de salientar pontos importantes e falando coisas que sequer deveriam ser ditas. Não é mentir, é apenas salientar as qualidades de forma correta.

Também é lícito e correto orientar uma pessoa sobre como se portar numa entrevista de emprego. Que roupa usar, o que falar e o que não falar, o que fazer e o que não fazer. Nesta linha, existe até algo chamado “Role Play”, que é uma entrevista de emprego simulada, onde o consultor contratado pelo candidato age como se fosse a pessoa do RH que vai entrevistá-lo. No final, o consultor faz uma entrevista devolutiva com o candidato, informando onde ele acertou, onde errou e no que precisa melhorar.

Mesmo a cobrança de testes psicológicos é lícita, pois quem aplica deve comprar e pagar por isso. Além de poder cobrar pelo ato de aplicar tais testes e interpretá-lo. Tudo isso é correto, honesto e ajuda muito os candidatos a melhorar seu desempenho nas entrevistas.

A titulo de exemplo, uma grande empresa treinou 120 jovens numa determinada função de TI. Depois, estes jovens foram procurar emprego. Sabe quantos conseguiram? Nenhum! Por quê? Não sabiam “se vender, ou vender suas qualidades!” Em outras palavras, estavam totalmente despreparados para uma entrevista de emprego.

No entanto, é completamente errado uma consultoria querer receber para indicar um candidato a uma vaga. Isso é picaretagem! Fica as questões: Como reconhecer as consultoria picaretas? Como agem? O que vendem? Qual a diferença entre as boas e as ruins? O que pode e o que não pode ser feito?

Quando uma consultoria é contratada por uma empresa para selecionar candidatos e preencher uma vaga, a empresa cliente paga pelos serviços descritos acima. Neste caso, a consultoria jamais cobrará do candidato e o candidato jamais pagará pelo trabalho para concorrer à vaga! Isso é o que de fato distingue uma consultoria boa e ética de uma ruim e picareta. Por exempo:

Imagine uma secretária de diretoria bilíngüe, desempregada. Ela recebe um telefonema de uma consultoria, dizendo: Olá, dona Beltrana, tenho aqui uma vaga de secretária de diretoria bilíngüe, numa multinacional. A senhora se interessa por esta vaga? Como você acha que isso soa no ouvido da candidata? Como música!!! É aí que a consultoria picareta entra e cobra do candidato para que ele participe do tal “processo seletivo” e concorrer a uma vaga fantasma, que não existe de fato, mas que é inventada e mencionada apenas para atrair o pagamento por alguns serviços que tal consultoria deseja vender e que, na maior parte das vezes, sequer são feitos. Percebe a diferença? Isso é picaretagem!

Moral da estória. Nenhuma consultoria, contratada por uma empresa para selecionar candidatos para uma vaga, cobra do candidato para participar de tais processos seletivos. Somente a empresa cliente da consultoria, a contratante do serviço, é quem paga!

No entanto, um candidato em busca de orientação pode, sim, pagar uma consultoria para aprimorar seu processo de recolocação. Ele paga para melhorar seu currículo e a si mesmo, como profissional, na busca de emprego. A linha é tênue, mas é muito importante distinguir corretamente o certo do errado, de modo que o candidato não entre numa fria nem deixe de ser competitivo.

Marcelo Abrileri é presidente da Curriculum.com.br.

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