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Nem pública, nem privada

Autor: Gustavo Trevisan
Nos últimos anos, a modalidade de cloud computing tem centralizado as atenções no mundo da tecnologia, despertando o interesse da mídia. Segundo o Gartner Group, este ano as companhias gastarão em torno de US$ 13,3 bilhões com computação em nuvem, o que representa um crescimento de 45% em relação a 2013. Uma simples busca no Google Trends pelo termo cloud computing mostra o início de interesse por esse modelo computacional, que teve início em 2008, aceleração em 2009, o pico em 2011/2012, e a estabilização em 2013. Ou seja, graficamente, a computação em nuvem deixou de ser uma novidade e passou a ser algo vital para os negócios.
Sabe-se que grande parte da estratégia de adoção da nuvem é determinada pela necessidade de segurança e controles mais rígidos para poder lidar com os desafios internacionais do ambiente macroeconômico, e de um retorno positivo de seus investimentos na nuvem. Por isso, a tendência é que, dentro de alguns anos, a maioria das organizações passe a adotar a nuvem híbrida, devido à quantidade de aplicações e cargas de trabalho que podem ser processadas nesse ambiente, migrando da nuvem privada e pública.
O levantamento da Capgemini, realizado com 415 executivos de tecnologia de médias e grandes empresas públicas e privadas no Brasil, entre março e abril de 2014, projeta que, até 2019, se os modelos privados internos e externos e os híbridos forem combinados, a nuvem privada/híbrida será claramente a opção de 74% dos entrevistados, deixando a nuvem pública “pura” com apenas 17%.
O momento atual de adoção deixa claro que não há um modelo dominante no Brasil. As pequenas companhias tendem a utilizar a nuvem pública, enquanto as médias e grandes optam mais intensamente por nuvens híbridas. Porém, nos próximos anos, esse cenário deve mudar, com a migração do modelo privado para uma variedade de opções que combinam a cloud computing pública e a privada.
Com a redução do ritmo de crescimento na economia brasileira, as empresas têm buscado mais eficiência e agilidade. Nesse cenário, o modelo de Software-as-a-Service (SaaS) desponta como o mais procurado pelas companhias do país na hora de abraçar a cloud computing. No levantamento da Capgemini, 73% dos entrevistados apontaram o SaaS como sua escolha, com o Platform-as-a-Service (PaaS) e Infrastructure-as-a-Service (IaaS) adotados por 3 9% e 55% das companhias, respectivamente.
Grande parte das preocupações dos executivos de TI em relação à adoção da cloud computing tem como base o medo de lidar com o novo. É o caso das questões relacionadas à segurança. A proteção dos dados é uma das principais preocupações no Brasil, uma vez que o país tem sido alvo de ciberataques, o que causa impacto em setores como os de comércio eletrônico e bancário. Em nossa pesquisa, ao serem questionados sobre barreiras para a adoção da computação na nuvem, 62% dos entrevistados afirmaram temer brechas de segurança.
Muitos acreditam que as nuvens públicas são responsáveis por um maior risco de acesso indevido aos dados, quando comparadas com o armazenamento local das informações. No entanto, o furto de informações sigilosas e uso inadequado de equipamentos são comuns, independentemente dos serviços estarem ou não na nuvem. Apesar disso, antes de migrar, a companhia deve fazer uma extensiva verificação do nível de risco que a iniciativa representa, além de checar a capacidade de proteção que o provedor de serviços oferece. Como a nuvem não está 100% madura, nem todos os fornecedores de serviços são capazes de oferecer a segurança que sua empresa tanto precisa.
Gustavo Trevisan é diretor de soluções integradas da Capgemini.

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