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O amanhã não pertence a Deus

Autor: Edilson Menezes
Espere, amigo leitor. Este humilde articulista não se tornou ateu e ainda tem algum juízo. Deixe-me explicar o título inusitado que escolhi para esta reflexão…
Para começar, eu me relaciono com pessoas de todas as religiões e tenho uma visão muito pluralizada sobre fé e crenças. Respeito todas as correntes de pensamento filosófico ou teológico. Minha proposta não é discutir crença religiosa, mas crença neurológica e antropológica. Ou seja, crenças que trazemos no cérebro há muito tempo porque escutamos no seio familiar ou na sociedade em que vivemos. Quase sempre, as rotulamos como leis a se seguir.
Ora, Deus não vai viver a sua ou a minha vida. Quem criou a expressão “o amanhã a Deus pertence” obviamente estava procrastinando algo que deveria fazer imediatamente. Quis o destino que o tempo adotasse a expressão como filha e de boca em boca, ano a ano, de pai para filho, as pessoas vão repetindo o mantra limitante.
Pergunte para empresários como ficará seu mercado nos próximos três meses. Ao estudante, sobre o que pretende fazer quando deixar a faculdade. Ao vendedor, se neste mês ele conseguirá cumprir sua meta.
Talvez escute “o amanhã a Deus pertence” de cada um. Empresário que não pesquisa seu mercado e não se informa sobre a movimentação concorrente quebra. Estudante que pergunta qual caminho deve seguir ao gato de “Alice no País das Maravilhas” já sabe qual será a resposta e vendedor que não tem certeza se vai honrar seus números está implorando para ficar desempregado. Nas situações exemplificadas, Deus não tem nada a ver com a incompetência do empresário, a procrastinação do estudante ou a ineficiência do vendedor.
Se você faz parte de alguma comunidade religiosa, eu sugiro que mostre este texto ao seu líder e se ele concordar, peça que reforce os argumentos com a comunidade que lhe segue. Se você é pai ou mãe, não transmita este tipo de pensamento aos que representarão o futuro deste país, até mesmo porque Brasília está repleta de políticos ociosos e lentos que parecem viver sob a proteção de um eterno amanhã.
O amanhã é seu. É meu. É nosso. Não no sentido de posse, mas de atitude. Nosso país implora por pessoas dispostas ao cumprimento diário dos compromissos patrióticos, profissionais-éticos e pessoais.
Deixe-me defini-los na proposta deste texto:
Compromisso patriótico
Pensar além das portas de sua casa, ver-se como membro de uma sociedade que espera sua participação, que conta com sua capacidade de se informar e fazer “no mínimo o mínimo”: pagar seus impostos, entregar um trabalho digno de sua força criativa e saber o que faz com seu voto.
Compromisso profissional-ético
Entregar o máximo de seu potencial em favor daquilo pelo qual se propôs a fazer, sem corpo mole, sem reclamar de tudo e de todos, sem contaminar as pessoas com desânimo ou desmotivação e, principalmente, sem sair de casa apenas em busca de um salário. A ética profissional impõe a necessidade de um propósito filosoficamente maior que a grana, sem o qual nenhum trabalho será executado com honradez.
Compromisso pessoal
Você não pode dormir e acordar às cegas, sem assinar consigo um pacto de procura por algo que só você possa fazer em favor de si. Existe algo nesta vida que ninguém faz tão bem quanto nós e enquanto isso não for identificado, viveremos sob o mantra “o amanhã a Deus pertence”.
Devemos ter voz ativa para educar e formar pessoas justas, mas é preciso adotar muito cuidado com aquilo que ensinamos às próximas gerações. Seja qual for a sua religião, arrisco dizer que Deus ou a Força Maior que você segue ficará feliz ao descobrir que você não está transferindo a responsabilidade por uma vida e um futuro que lhe foram confiados.
Você e eu estamos aqui por alguma razão. Enquanto escrevo este texto, honro meu compromisso patriótico de conduzir leitores à reflexão, entrego o compromisso profissional-ético de ceder a melhor reflexão que meus dedos são capazes de digitar e, feliz, realizo o compromisso pessoal de fazer o que amo como missão de vida.
O amanhã pertence a mim, a você e quanto mais nos dedicarmos para que sejam amanhãs grandiosos, maior será o orgulho do Deus que cada criatura segue por opção religiosa.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes. ([email protected])

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