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O inútil conhecimento

Autor: Edilson Menezes
Conhecimento não compartilhado se torna sabedoria solitária armazenada nas inúteis prateleiras e o bibliotecário que toma conta disso tudo é o ego.
Toda vez que assumo o microfone para transferir conhecimentos que acumulei após pesquisar o comportamento humano por 20 anos, penso:
Se eu der o melhor que posso, muita gente na audiência vai sair melhor do que entrou.
É um pensamento positivo que só me impulsiona, porque oculta em seu cerne a responsabilidade e o compromisso de formar opinião.
O microfone é como uma arma. Com ética, pode ser usado para defesa e de maneira leviana pode retardar o processo evolutivo de uma nação inteira.
Conte nos dedos quando estadistas carismáticos você conhece. Adolf Hitler foi um deles e o Brasil também testemunha o exemplo de pseudo-líderes que envolvem multidões com promessas vazias e blablablásticas.
Duvidosas podem ser as intenções políticas, mas como haveremos de julgar este e aquele sem observarmos o próprio comportamento?
Imagine que 100 pessoas detenham algum conhecimento potencialmente evolutivo e específico. Sem divulgá-lo, estes 100 omissos podem atrasar a evolução de 1 milhão de pessoas.
Jamais houve uma pesquisa nesta linha porque no mundo inteiro estamos preocupados em descobrir futilidades e facilidades para o cotidiano, mas cegos para a divisão franca do conhecimento.
Proponho que reflita sobre as perguntas que virão neste despretensioso artigo e constate se cada resposta reflete o caminho que você escolheu para a própria vida e futuro:
1. Aquilo que você faz de melhor no trabalho, o seu toque de Midas, já foi ensinado em completude para alguém? E se não foi, você tem planos para fazer isso antes de partir para o destino que nos foi reservado desde o nascimento?
2. Ao deixar espuma no rosto por 5 minutos, o barbear se torna mais suave. Para gerar mais segurança e menos risco, uma curva na estrada pode ser vencida com a redução da marcha, ao invés de acionar o freio. Seja qual for a área do conhecimento pessoal que você adquiriu,dos banais até os importantíssimos, já transmitiu para as pessoas mais importantes de sua vida?
3. Você talvez tenha investido alguns anos adquirindo conhecimento acadêmico. Exceto por aquilo que aprendeu apenas para atender ao protocolo educacional, você já mudou a própria vida, já inspirou a vida de outras pessoas com a parte do conteúdo que realmente agregava?
4. Não para converter, mas para contribuir com um momento difícil, a fé que você carrega dentro do peito já foi compartilhada com outras pessoas?
5. Ninguém adquire um hobby sem motivo. O meu hobby, por exemplo, é escrever. Toda semana entrego meu hobby no formato de artigo para inspirar outras pessoas a ler, escrever mais e educar-se do ponto de vista comportamental. Além da satisfação pessoal, sua expertise em determinado objeto de lazer e prazer pode ser a resposta para a depressão de um amigo ou familiar, o caminho para alguém voltar a amar e quem sabe ainda a resposta para as perguntas que nunca calaram no coração de seu semelhante. Você é do tipo que ensina e estimula amigos a vivenciar seu hobby ou é do tipo que não faz nenhuma questão das pessoas o entenderem?
6. Em algum momento, você formou a própria opinião sobre os temas mais polêmicos do convívio social, como aborto, eutanásia, racismo, homofobia, drogas e pena de morte. Uma vez formada a opinião, sem a necessidade de estar certa ou errada, ela ganha status de conhecimento porque a favor ou contra, você precisou ponderar muito. Já explicou sua posição, não para pedir que concordem e sim para que conheçam,aos mais jovens de suas relações?
7. Os mais velhos, em sua maior parte, têm pouco ou nenhum conhecimento de fatores que podem evitar doenças degenerativas. Você não precisa ser médico para pesquisar informações preventivas. Ao invés de passar todo o tempo livre navegando pelas redes sociais, já se propôs a colher material para dividir com os velhinhos presentes em sua vida?
8. Em algum momento, você conheceu as sensações do primeiro amor e as dores do desamor. Este conhecimento não se ensina em nenhum outro lugar. Quando alguém de suas relações está precisando de ombro por esta questão, você o oferece juntamente com o silêncio, ferramenta mais poderosa de apoio, ou passa a dar palestra sobre o que é certo e errado, empurrando a pessoa rumo à ladeira da tristeza?
9. Existe em você uma habilidade secreta, total e unicamente sua, de contemplar o mundo. Por exemplo: eu vejo o mundo através da lente de aumento que a arte escrita permite e com isso, vivo tudo que escrevo. Pode ser que você se sinta em plenitude ao passear à beira-mar, ao contemplar um pôr-do-sol ou escutar determinado ritmo musical.Imagine como seria a vida das pessoas se a sua maneira secreta de sentir o mundo vibrar pudesse ser pluralizada. Assim como revelei o meu segredo de ver o mundo, você poderia fazê-lo também?
10. Se você morresse hoje, sentir-se-ia orgulhoso (a) do conhecimento que compartilhou ou omitiu durante toda a vida?
Não há inutilidade onde existe compartilhamento, pois conhecer e reter algum caminho para ser feliz é como ver uma pessoa que precisa de ajuda e recusar.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes. ([email protected])

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