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O triste semblante dos trabalhadores

Autor: Edilson Menezes
Para muitos, o expediente se encerra às 18h. O relógio marca 23h e ainda estou lapidando textos de vários autores. Isso não é uma queixa! Trabalhando em prol da missão de vida, o tempo perde um pouco do significado angustiante que o ponteiro do relógio gera quando o labor não motiva, instiga ou felicita.
Após revisar mais de 50 mil caracteres, equivalentes a 1/3 de um livro, segundo os padrões brasileiros de impressão, chega o momento de viajar. Embarco para Porto Alegre. Decido não esperar o segundo voo da conexão que levaria horas e solicito à contratante que disponibilize um carro. Assumo o volante e dirijo por mais 400km até o município de Santa Maria. Dois dias depois, estou de volta a São Paulo e sem ao menos voltar para casa, no mesmo aeroporto, poucas horas depois, um novo voo para Fortaleza me aguarda. Nessa bela capital, são mais três dias de evento. No total, sete dias longe de casa e da família. Novamente, não é uma queixa!
É a constatação de que vivo o meu sonho profissional, com agenda cheia pelos próximos seis meses e uma crença que se torna cada dia mais profunda, que não se origina em teoria, mas da prática de vivenciar o amor pela profissão de inspirar pessoas, seja de forma textual ou experiencial:
Quanto mais dedico tempo para a missão de vida, menos cansaço sinto!
Hoje posso inspirar amigos a viverem melhor, mas também já vivenciei dias de pessimismo e incertezas profissionais. Então, quero lhe apresentar uma percepção:
É possível trabalhar o melhor que há em nós em favor do sucesso pessoal e em detrimento das incertezas econômicas que pairam sobre nossas cabeças.
Feliz, constato que não estou sozinho. Uma série de coaches, treinadores, autores, empresários, cientistas e profissionais liberais de vários setores trabalham muito além das sugeridas 44 horas semanais. Não se cansam, desconhecem o estresse e mesmo com uma agenda pouco convencional, conseguem dar atenção para as demais áreas da vida, como saúde, família e lazer. Pesaroso, enxergo uma multidão que se sente coagida a trabalhar porque não há outro jeito, porque é preciso ganhar a vida, porque as contas não esperam e, de acordo com o perfil pessoal ou profissional, por várias outras razões. Para estas pessoas, muitas vezes, são 44 horas de martírio.
Faça uma viagem de trem ou metrô, em qualquer dia da semana, especialmente na segunda-feira pela manhã e você vai testemunhar o mesmo que eu vi.
Desfilando o olhar de semblante a semblante, a cada 20 pessoas, você descobrirá que uma, quiçá duas, sorriem enquanto escutam música ou estão atenciosas enquanto leem algo. A imensa maioria está sisuda, como que compelida a estar ali, nitidamente infeliz pelo destino que lhe foi imputado, sem perceber que é resultante das próprias escolhas do passado e do presente.
É preciso observar o momento de mercado que estamos vivenciando com muita atenção profissional. Os ambientes político e econômico são desfavoráveis, é evidente. Entretanto, há uma minoria de empresários e pessoas físicas que está atravessando o momento adverso com resultados surpreendentes, enquanto quase todos vivem e contemplam o caos, intimamente impedidos de enxergar um norte.
Confira três sugestões que podem fazer os dois grupos encontrarem o seu caminho, porque a prosperidade profissional e financeira não vai ficar à espera das pessoas e empresas que decidiram entrar em crise.
Empresas
1. Precisar de profissionais capacitados para uma função estratégica (vendas, por exemplo) e não contratar porque o mercado está em crise é como ter uma Ferrari e não fazer seguro para economizar. Invista, contrate e treine. Agindo assim, a empresa será minoria e terá capital humano para dominar o mercado, já que os concorrentes estarão deficitários no quesito atendimento, maior diferencial do universo das vendas;
2. Ao invés de desistir da compra de materiais importantes para o ciclo produtivo ou de abrir mão dos itens essenciais para uma zelosa prestação de serviço, desenvolva novos fornecedores, afinal o momento controverso tem feito as empresas reduzirem preço;
3. Reduza seu quadro, não exatamente porque as coisas estão difíceis e sim por estratégia. Não demita para economizar na despesa fixa, faça-o porque algumas áreas da empresa estão, decerto, precisando ser enxugadas. Não dispense o seu melhor vendedor, mas invista na alternativa: finalize o contrato daqueles que cumprem funções intercambiáveis ao sistema digital. Muitas vezes, um sistema web de baixo custo pode reduzir a despesa fixa acumulada não exatamente por necessidade, mas por cultura.
Pessoas físicas
1. Não tema o desemprego, mas tenha sim, muito medo do emprego que não felicita, que te empobrece dos pontos de vista intelectual e criativo;
2. Não espere a demissão para “pegar os seus direitos”. Se já existe uma oferta de trabalho que preenche os critérios de felicidade, deixe a empresa amanhã;
3. Por último e mais importante: este é um momento ímpar para obter promoções, porque a maior parte dos funcionários tem atuado com extrema economia de performance. Já acreditaram que o mercado e a empresa estão em crise e desta forma, pensam que não podem fazer nada. Quem estiver na empresa com a visão de que existe sim, uma maneira de sobreviver e lucrar, vai salvar o seu setor, inspirar pessoas de outras áreas e, decerto, receberá promoções enquanto os pares são demitidos.
A escolha, como sempre, é apenas sua!
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas áreas de vendas, motivação, liderança e coesão de equipes. ([email protected])

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