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Preparado para a Era do RH Visionário?

Autor: Graziela Moreno
A área de Recursos Humanos nunca teve tanto potencial para desenvolver um trabalho de destaque nas organizações: as megatendências globais, que despontam como um gancho importante para o desenvolvimento de departamentos. Além de estarem integrados ao planejamento estratégico da organização, é essencial que estejam preparados para um cenário onde essas megatendências não serão vistas apenas como possibilidades e sim como realidade presente no dia a dia das empresas.
Se, num primeiro momento da história da administração de empresas a área de RH foi surgindo com uma atuação secundária, mais focada na contratação de profissionais para produção em massa e na administração de pessoal, hoje esse papel não cabe mais. Com a necessidade de valorização humana, as organizações foram obrigadas a abrir espaço para a criação de um departamento que pudesse apoiar o crescimento do negócio a partir das pessoas.
O Estudo “Liderança 2030”, realizado pela HayGroup, apontou as seis megatendências mundiais que terão grande impacto para os líderes e, automaticamente, para o RH. Globalização acelerada, mudança climática, seu impacto ambiental e escassez de recurso, mudança demográfica, individualização e pluralismo de valores, estilos de vida crescentemente digitais e convergência tecnológica aparecem no estudo e colocam a discussão sobre o papel de recursos humanos em outro patamar. Mas, como avançar com esse tipo de debate quando ainda existe uma preocupação muito mais básica do RH, que é ser estratégico nas organizações?
Estudando com profundidade algumas das principais Megatendências Globais, foi possível perceber que os recursos humanos precisam entrar em uma nova era, que batizei como Era do RH Visionário. Muito mais que trabalhar o alinhamento das estratégias de negócio, esse novo RH precisa desenvolver competências e habilidades capazes de trazer para dentro da organização as tendências que irão moldar o contexto mundial em áreas como população, geopolítica, ciência e tecnologia, economia e meio ambiente.
O RH Visionário é aquele que tem orientação para o futuro, tem visão ampliada e pensamento complexo. O RH Visionário é composto por pessoas curiosas, ligadas, conectadas com tudo ao seu redor, inovadoras e criativas. Têm postura corajosa, assumem riscos, tomam decisões, são agentes de transformação e se adaptam rapidamente às mudanças. Não é feito só de pessoas jovens, já inclinadas a esses comportamentos, mas também da transformação da mentalidade e visão das gerações “X” e “baby boomers”. Mais do que nunca, a capacidade de adaptação será questão de sobrevivência para o RH.
Mas a grande questão é: como construir essa área? O despertar para o RH Estratégico é muito mais simples, não exige grandes investimentos, nem treinamento ou tecnologia. É puramente comportamental: ter uma equipe com pessoas dispostas a ampliar sua visão sobre a interferência dos fatores externos nas pessoas e, consequentemente, no impacto do negócio.
Feito esse exercício, o próximo passo é se debruçar sobre as estratégias da empresa e entender como todas essas influências externas, culturais, sociais e tecnológicas gerarão impacto no negócio. Por exemplo, como conciliar os interesses das novas gerações pela interatividade e necessidade de fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo com as regras de segurança de dados e informações no Call Center? Pensar em ambientes dentro da operação que sejam descolados e que sejam flexíveis durante os períodos de pausa podem equilibrar melhor esse jogo. Pensar em salas com jogos de videogame, acesso à internet e Wi-Fi podem ser mais importantes para o negócio do que se pode imaginar.
É claro que essas são algumas ações básicas e que ser um RH Visionário vai muito além, mas para sair do primeiro degrau não é preciso esperar sentado que 2030 chegue e cause um estrago no seu planejamento para pessoas. O mais importante é saber estar conectado às tendências e ter uma visão que crie nexo entre as frentes estratégicas do negócio e os impactos dessas tendências no ambiente de trabalho.
Faça um exercício mental. Pense na sua área de recursos humanos e nas dificuldades que ela passa agora. Você acredita que ela está preparada para viver esse turbilhão de novidades que irão revolucionar a forma de trabalho? Ela está pronta para conviver em um ambiente onde quatro ou cinco gerações diferentes dividirão a mesa de reunião? Está preparada para uma geração totalmente conectada e com necessidade de que tudo seja instantâneo como as mensagens que trocam no WhatsApp?
Se a sua resposta foi positiva para a maioria das questões, muito provavelmente sua organização faça parte de um seleto grupo. Mas, se na sua empresa esse tipo de questão passa longe do planejamento estratégico, talvez você tenha ficado um pouco preocupado. Pensar no RH Visionário é urgente, afinal, o futuro é agora!
Graziela Moreno é CEO da ACAD – Academia da Estratégia.

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