Telefonia IP já é realidade

A convergência tecnológica na indústria de telecomunicações é uma tendência irreversível e o protocolo de internet (IP) é certamente um grande fomentador desse cenário, conforme relata recente estudo da Frost & Sullivan sobre o mercado latino-americano de telefonia IP. Espera-se que o setor, que inclui hardware e software, cresça 44,2% este ano, superando os US$ 103, 7 milhões faturados em 2003. O Brasil tende a se manter na segunda colocação na distribuição das receitas, atrás do México e na frente do Caribe, América Central, Cone Sul e países andino.
Durante os próximos cinco anos, a migração para sistemas IP-enable, que suportam linhas TDM e IP, e IP puro deve continuar a aumentar motivada pela relação custo/benefício e pela maior adoção por parte de pequenas e médias empresas. Entre as duas soluções disponíveis, a IP-enable tende a se destacar devido ao investimento realizado nos últimos anos, preço competitivo e conhecimento do mercado em relação às alternativas de cada provedor. No último ano, esse tipo de solução foi responsável por 29% do faturamento do setor, enquanto as soluções de IP puro representaram 71%.
Por atender às necessidades corporativas, principalmente de empresas com configuração multi-site, os segmentos verticais que estão mais receptivos a adotar soluções baseadas em IP são os de finanças, contact center, serviços e, em menor escala, governo. “Porém o crescimento significativo nesse mercado deverá vir de pequenas e médias corporações, que apresentam um potencial a ser explorado”, afirma Romina Aducci, gerente de pesquisa para América Latina da Frost & Sullivan.
E para que essa expansão ocorra, é esperado que os canais de distribuição assumam um papel importante no processo de vendas. O estudo observa que já há um reposicionamento dos fabricantes de equipamentos no sentido de fortalecer seus canais de venda e desenvolver estratégias customizadas para clientes menores. “Os distribuidores precisam entender as necessidades dos clientes e demonstrar disponibilidade e credibilidade para gerenciar não apenas a rede de dados e voz, mas também sistemas de segurança e gerenciamento de serviços”, ressalta Patrícia Volpi Penteado, coordenadora da área de pesquisa para o Brasil da Frost & Sullivan.
A análise revela ainda que quando se compara, por exemplo, países como Brasil e Argentina a outros, como México, nota-se que a expansão do mercado de telefonia IP na América do Sul se manteve controlada nos últimos anos devido aos ambientes político, econômico e cultural que desencorajaram os empresários a efetuar grandes investimentos. Contudo, devido à proximidade com os Estados Unidos, a implementação de soluções IP no mercado mexicano apresentou resultados significativos já nos estágios iniciais. O mesmo retorno foi observado no Caribe e América Central. “Agora é hora dos demais países latino-americanos atingirem esse estágio”, enfatiza Romina.
Com essa expansão do mercado, os fabricantes de equipamentos de voz tradicionais como Alcatel, Nortel, Avaya, Siemens, entre outros, sentirão suas receitas crescerem lentamente acompanhando a tendência de migração da base instalada para soluções IP-enable. “Por outro lado, players como Cisco e 3Com que vêm do mundo de dados e, de forma mais significativa do ambiente IP, terão a oportunidade de incentivar seus clientes a migrarem completamente para redes convergentes através de soluções puras de IP”, finaliza Romina.
Divisão da receita de telefonia IP na América Latina em 2003:
México – 49%
Brasil – 21%
Caribe e América Central – 13%
Cone Sul – 12%
Países Andinos – 5%

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