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A classe emergente do Brasil



À frente da demanda dos clientes, a McCann Erickson mergulhou no universo da classe C. Após trabalho realizado em parceria com o instituto Data Popular, a agência identificou mudanças e formatou um estudo sobre tendências e demandas futuras do que hoje representa a classe emergente do Brasil. Diante de uma série de conclusões, a agência decidiu criar uma nova unidade de serviço, a Bairro, direcionada especificamente ao universo da classe C.

 

Segundo a pesquisa, a classe C identifica diferenças claras de consumo entre sua classe, pobres, classe média alta e ricos. Tem ainda a consciência de que pode comprar, mas quer mais e melhor. Seu sentimento de exclusão deixa de estar ligado ao financeiro e atinge o comportamental. “O desejo prioritário da Classe C é hoje consumir sem preocupação e aprender a se comportar como classe média”, afirma Aloísio Pinto, vice-presidente da McCann Erickson.

 

Os resultados são provenientes de mil questionários aplicados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Goiânia junto a casais com renda mensal entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. A faixa etária pesquisada foi de 20 a 65 anos – 50% homens e 50% mulheres. Além deles, o estudo envolveu fontes secundárias, como, por exemplo, líderes comunitários e profissionais de marketing de redes de varejo, bem como as referências de acadêmicos.

 

Auto-imagem peculiar – Pessoas de classe média baixa. É assim que parte considerável da amostra – 47% – define-se atualmente. Têm a necessidade de priorizar os gastos, carregam sempre alguma pendência financeira, mas não sofrem a falta de alimentos, condição restrita aos “pobres”, na visão do público pesquisado. Ainda assim, 68% sentem-se desprezados pelos ricos e 55% declaram ser avessos a produtos comercializados em lugares considerados “chiques”. “É curioso perceber que a classe C deseja consumir mais, mas não demonstra a preocupação em mudar de classe”, afirma Aloísio.

 

A proporção de poupadores entre a classe C ainda é minoritária: apenas 38% têm esse hábito. Fazer planos para o futuro não significa, necessariamente, poupar dinheiro. “Vivo com o que tenho e compro o que é possível” é afirmado com veemência por 59% dos entrevistados. Quando o tema é projeto de vida, estabilidade econômica é o item que aparece com mais força: 82% dos entrevistados afirmam que ela é prioritária e que nem sempre está associada ao trabalho formal. Trocar a mobília da casa, reservar quantias maiores para o lazer da família e custear o ensino superior dos filhos também ocupam o topo dessa lista. “A preocupação com a educação dos jovens é expressiva quando o quesito investimentos é observado e o que também cresceu é o desejo dos próprios pais em concluir seus estudos”, afirma Aloísio.

 

A aquisição do carro, de preferência zero quilômetro, para uso da família representa um projeto futuro para a metade dos avaliados. O financiamento em 36 meses é apontado por 44% da amostra como forma de alcançar esse objetivo. E quando o tema “projeto de vida” é ampliado para possíveis decisões de maior peso, o perfil mais tradicional da classe C é notável – 53% quer continuar a viver em seu bairro atual e 71% na cidade onde reside atualmente.

 

Finanças: pouca informação – Entre contrair empréstimos junto a bancos ou financeiras e emprestar o “nome” de alguém próximo, 45% da amostra dão preferência à segunda opção. Apesar de 47% afirmarem já terem feito empréstimos bancários, 81% sentem vergonha ao fazê-lo e 91% apontam a burocracia como principal problema na obtenção do crédito no Brasil.

 

Apesar de difundida entre a classe C, a utilização do cartão de crédito ainda é cerceada por receios referentes ao endividamento. A falta de informações mais detalhadas sobre o funcionamento do dinheiro de plástico foi apontada por 70% da amostra, em que 59% afirmaram possuir cartão de crédito. O uso moderado, para poucas compras, faz parte da realidade de 67% dos entrevistados.

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