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A precariedade do crédito no Brasil


Cerca de 40% das pequenas e médias indústrias brasileiras recorrem a financiamentos de curto prazo mais de três vezes ao mês. Entre as grandes empresas, 26,5% lançam mão de empréstimos de curto prazo mais de três vezes ao mês. As informações são da Sondagem Especial, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que traça o perfil do financiamento de curto prazo no Brasil. Segundo o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o estudo confirma a precariedade do crédito no País. A Sondagem Especial da CNI foi feita com 1.188 indústrias de pequeno e médio porte e 199 grandes empresas, entre os dias 3 e 19 de julho.

“A pesquisa indica que o número de empresas que recorre aos financiamentos de curto prazo é muito baixo”, observa o economista. Ele destaca que isso ocorre porque o crédito no Brasil é caro e de difícil acesso. Essas condições adversas comprometem o desempenho das indústrias. “Muitas empresas que não usam instrumentos de financiamento de curto prazo perdem a oportunidade de alavancar a produção”, destaca Flávio.

Conforme a pesquisa, as empresas de menor porte são as mais prejudicadas pelas condições do crédito de curto prazo. A maioria dessas indústrias recorre a empréstimos com prazos inferiores a 90 dias, lança mão dos instrumentos de crédito com alto custo e tem nos bancos públicos sua principal fonte de financiamento. Além disso, apenas metade (48,8%) das pequenas e médias empresas consulta três ou mais bancos antes de escolher a linha de financiamento. Entre as grandes empresas, 82% consultam três ou mais instituições financeiras antes de optar por um determinado tipo de empréstimo.

“As grandes empresas têm melhores condições de barganha”, observa Flávio. Conforme a pesquisa da CNI, 32,5% das indústrias de grande porte usam financiamentos com prazos superiores a 90 dias, contra 13,4% das pequenas e médias. Entre as grandes companhias, 54,2% utilizam linhas de crédito específicas para capital de giro, enquanto que 53,5% das pequenas e médias recorrem a financiamentos de conta garantida ou do cheque especial, que têm juros mais elevados.

Contudo o maior contraste foi observado no recurso ao desconto de cheques – instrumento tipicamente usado por empresas de menor porte, segundo a Sondagem Especial. Entre as pequenas e médias indústrias, 19,8% se utilizam usualmente do desconto de cheque, cujos custos são altos, contra apenas 2,4% das grandes companhias.

Mas as dificuldades para obtenção de financiamento são as mesmas para todos os tamanhos de empresas. Empresários de indústrias de pequeno, médio e grande portes afirmam que os principais obstáculos nessa área são as exigências de garantias legais, de documentos e renovação de cadastro e de reciprocidade.

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