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Abolição dos papéis



Autor: Wagner Oliveira

 

O Brasil está entre os países mais burocráticos para se abrir, manter e até fechar uma empresa, seja ela de que tamanho for. São tantas vias de documentos transitando de um lado a outro, que acabam por dificultar os negócios. Com a criação da NF-e (nota fiscal eletrônica) o Governo deu um importante passo no sentido de simplificar e imprimir maior segurança às transações comerciais – que, além de tudo, passam a ser encaradas como ‘green business’.

 

Uns poucos setores da indústria já incorporaram a NF-e este ano. Mas será em 2009 que muitos segmentos da economia terão de se adequar às novas exigências. Mesmo enfrentando as marolas da crise internacional, o setor automotivo – incluindo não só fabricantes, mas também distribuidores, importadores e atacadistas – deverá virar o ano implantando soluções que atendam ao Protoloco ICMS 68, integrante do Sped (Sistema Público de Escrituração Digital).

 

A partir de abril do ano que vem os impactos dessa mudança tributária começarão a ser sentidos com mais força. A NF-e não apenas vai comprovar as negociações, mas principalmente irá certificar a garantia delas e recolher impostos que, vez ou outra, no modelo atual, acabam sendo sonegados e passando muitas vezes despercebidos no meio da papelada. Ou seja, vai ficar bem mais difícil fazer transações sem notas fiscais, com empresas que estão ‘penduradas’ no fisco, ou ainda em valores distintos dos reais.

 

A exemplo do “voto eletrônico”, o país está dando mais um grande passo para acabar com o ‘jeitinho brasileiro’. Os documentos eletrônicos poderão ser compartilhados entre a Receita Federal e as Secretarias da Fazenda dos Estados e Municípios.

 

Em meio a essa iniciativa – que, a bem da verdade, chegou a dificultar a participação de pequenas e médias empresas de soluções NF-e – há que se ressaltar também um importante passo em direção ao green business: a “abolição dos papéis”. Não só menos árvores serão derrubadas para manter o modelo de negócios do Brasil – que ainda continuará exigindo documentos impressos, sem dúvida. As repercussões representarão um ganho em vários sentidos.

 

Estudo da Coopers & Lybrand, que depois se tornou PricewaterhouseCoopers, demonstrava, logo na virada deste século, que os funcionários de uma empresa chegavam a gastar entre 20% e 40% do seu tempo procurando documentos manualmente, sendo que mais de 7% dos documentos se perdiam. O papel representava 90% da memória corporativa. Com a profissionalização da gestão de arquivos, essa situação foi se transformando. Hoje, perto da metade dos documentos de uma empresa são armazenados eletronicamente. Mesmo assim, sempre que necessário as pessoas ainda imprimem esses documentos.

 

Na medida em que o mundo digital for mais bem explorado, a tendência – a exemplo da NF-e – será reduzir o impacto no meio ambiente também, reduzindo drasticamente o consumo de papel, eliminando contratempos burocráticos e todos os custos envolvidos no processo anterior. Além de maior confiabilidade nas transações e do aumento de arrecadação tributária, a NF-e representará um passo importante na economia sustentável.

 

Wagner Oliveira é sócio-diretor da Versifico Web Solutions.

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