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Ameaça ou oportunidade

Autor: André Frederico
Há oito anos, três estudantes de design usaram a internet para alugar quartos vagos no apartamento onde viviam. E, consequentemente, reforçar o orçamento doméstico. O que era uma manobra para equilibrar as contas da casa, hoje é um negócio avaliado em mais de US$ 1 bi, presente em mais de 190 países e que colocou do avesso os setores hoteleiro e imobiliário. O nome dessa iniciativa? Airbnb.
Impulsionado pela internet, o Airbnb rompeu paradigmas ao conseguir oferecer ao público um serviço mais interessante, mais prático e mais barato que os players tradicionais. Conseguiu ser a maior empresa de hospedagem da atualidade sem construir hotéis ou quartos. Tornou-se o pesadelo de gigantes como Marriott e Hilton.
A hotelaria não foi a única abalada por iniciativas vindas de startups tecnológicas. Uber, no setor de transportes, e Netflix, na indústria cinematográfica, também causaram sismos em suas áreas de atuação, quebrando a lógica de seus respectivos mercados. Analisando brevemente esses cases, surge a pergunta: a transformação digital pode ser uma ameaça ao seu negócio? Sim e não!
Novas tecnologias e recursos digitais surgem de forma exponencial e trabalham em conjunto a todo o momento. Mídias sociais, mobilidade e internet das coisas (IoT) associados ao processamento inteligente de big data e à capacidade de armazenamento da cloud impulsionam novas possibilidades.
Ano passado, por exemplo, o Brasil gerou um bilhão de terabytes de dados e, tão impressionante quanto o volume, é a variedade de informação processada. Hoje, as pessoas se locomovem, usam hospedagens e consomem informação e serviços de uma maneira totalmente diferente do que há uma década. Nessa nova atmosfera, foram extintas algumas interfaces clássicas e muitas organizações não se reinventaram, ficando para trás em um processo que pode custar seu negócio.
O atual momento é extremamente propício para crescer e encontrar novas oportunidades. Porém é preciso, disposição para adaptar o negócio a um novo cenário, dar mais autonomia para gestores internos e aceitar uma lógica mais horizontal, onde ideias e sugestões virão de todos os lados, principalmente dos clientes.
O consumidor brasileiro já vive nesse novo cenário e suas escolhas seguem agora um ritmo intenso, mas sutil. O público se mostra disposto a comprar, seguir e recomendar marcas e empresas que disponibilizem apps, canais digitais de relacionamento e outras plataformas. No entanto, a fidelidade a essas marcas agora está condicionada a fatores muito mais amplos. Ética, transparência e agilidade são alguns dos mais importantes.
Apesar de trazer desafios e complexidades, a realidade da transformação digital não é uma barreira intransponível. Se por um lado é ameaçadora, por outro oferece aos gestores mais informações e melhores condições de mensuração de resultados, o que vai dar mais condições de conhecer a fundo o próprio mercado em que atuam. Com clientes e parceiros interagindo a todo o momento, as escolhas e preferências do público-alvo estarão mais disponíveis e as decisões serão tomadas de maneira muito mais assertiva e menos intuitiva.
Para simplificar, o novo cenário permite que a transição para uma realidade de inovação possa ser feita em etapas, sem movimentos bruscos. Entre as opções, a TI bimodal surge como alternativa, pois permite que a empresa não deixe de cuidar das estruturas tradicionais ao mesmo tempo que se dedica à criação de modelos inovadores de negócios.
Dentro de empresas de porte médio, por exemplo, pode-se começar a transformação por setores como logística e transportes, dois termômetros importantes para o sucesso de qualquer empreendimento. Para aproveitar todo o potencial transformador dessa realidade, a figura dos CIOs ganha um peso inédito. Além disso, incentivar a inovação e criar um ambiente de trabalho favorável à troca de informações criará um cenário fértil para a implantação de novas tecnologias, grandes ideias e oportunidades.
Lembre-se de que a transformação digital é o melhor amplificador para duas coisas que você já conhece e que nunca sairão de cena: criatividade e trabalho árduo.
André Frederico é diretor-executivo de desenvolvimento corporativo da Tivit

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