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Aprendizados a partir da experiência europeia

Autor: Pedro Cardoso
A evolução dos meios de pagamento é a causa e a consequência do progresso do comércio como um todo.  Ao facilitar o relacionamento entre comprador e vendedor, o meio de pagamento garante maior segurança e eficiência para ambos. Estes benefícios são visíveis nas relações comerciais do varejo. São ainda mais evidentes no e-commerce, onde os estabelecimentos dependem de processos eficientes que os ajudem a maximizar vendas mesmo sem o contato presencial com o cliente. Que, por outro lado busca segurança e confiança. 
Essa demanda por soluções seguras e inovadoras para trocas financeiras levou alguns mercados a darem saltos no que se refere a soluções de pagamento. Em muitas regiões, esse avanço se seguiu a uma regulamentação de autoridades locai. Por exemplo, das regras estabelecidas pelo Banco Central do Brasil (BCB) no ano de 2014 e, na sequência, a edição da Lei 12.865. Isso nos faz vislumbrar uma enorme oportunidade para uma grande evolução nos serviços de pagamento no Brasil, que em função da baixa competitividade do setor até o momento, não se beneficiou suficientemente das inovações praticadas mundo afora. 
O mercado europeu é um ótimo exemplo sobre como a abertura da indústria de pagamentos estimulou a inovação no setor. Apesar da unificação da moeda na Zona do Euro, em 2002, a Europa ainda vivia um drama até o final dessa década: não haviam soluções que permitissem a transferência de fundos entre os diferentes países da região de forma eficiente e barata para minimizar consideravelmente os benefícios da integração. Para solucionar este problema, a Comissão Europeia editou, em 2007, o Payment Services Directive. No qual uma das principais definições foi a criação da figura da instituição de pagamento (semelhante à figura criada pela regulamentação do BCB) buscando justamente estimular a competição. Com isso, foi capaz iniciar o fomento do desenvolvimento de soluções inovadoras, sempre respeitando pré-requisitos para garantir segurança ao sistema – o que sempre foi uma premissa das autoridades (requisitos de capital mínimo, separação clara de fundos de terceiros, entre outros). 
O mesmo resultado já começa a ser visto no Brasil, com o aumento da competição no segmento de processamento de pagamentos verificado nos últimos anos. No entanto, o impacto da competição nos preços tem limite. Em estudo da McKinsey sobre o mercado de processamento de cartões na Europa, alertava-se que o modelo da indústria estava em risco e que as margens das empresas de processamento estariam sob grande risco, caso elas não começassem a apresentar ofertas que as diferenciassem da concorrência. Os caminhos apresentados para tal diferenciação forçam as empresas de processamento a uma escolha estratégica: focar no serviço massificado e ´comoditizado´ por meio da diferenciação de preço, ou oferecer soluções claramente inovadoras para atender as necessidades dos comerciantes.
 
Este é o mesmo risco que vemos no mercado brasileiro, exatamente agora. Enquanto na Europa cada vez são mais facilmente encontradas ofertas de serviços avançados de pagamento. Que permitirem, por exemplo, a um comprador holandês usar seu método de pagamento local para compra em qualquer outro país da zona do Euro. Os ganhos no mercado brasileiro neste segmento não deveriam se limitar apenas a redução de preços. Apesar da natureza do desafio do mercado de pagamentos brasileiro ser diferente da enfrentada na Europa anos atrás, os benefícios resultantes das quedas das barreiras de mercado, que criam espécies de “feudos”, podem ser bastante semelhantes. Caso players percebam a importância de oferecer soluções inovadoras e que materializem os benefícios das mudanças para comerciantes e compradores. 
Pedro Cardoso é vice-presidente Latam de produtos da Adyen

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