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Às vezes é melhor não dar ouvidos ao governo

Mercado parado. Economia recessiva. Anunciantes fora do ar. Eventos em stand by. Treinamentos suspensos. Campanhas de incentivo fora do budget. Premiações, bônus cancelados. Esse é o quadro que temos visto nos últimos meses nas empresas e estampado nas primeiras páginas do jornal. Uns culpam o governo. Outros já defenderam a tese das demissões, ou seja, quanto mais as empresas demitem, mais diminui o poder de compra das pessoas. Se as pessoas não compram, o mercado não gira. Uma bola de neve que não apenas rola ladeira abaixo, mas vai aumentando, aumentando.

Será que não é hora de deixar as desculpas de lado e tomar a iniciativa? Sair na frente contra tudo e contra todos?

Muito provavelmente, o primeiro que colocar em prática as mais básicas e primárias teorias discutidas em palestras e treinamentos, como “não pense no problema, pense na solução” ou “enquanto você pensar em como se livrar do concorrente, você não vai agregar valor à sua empresa, criando diferenciais competitivos”, certamente vai se dar bem. As pessoas precisam de um motivo para correr atrás de resultado. E este motivo, com certeza, é a sobrevivência do seu negócio e, conseqüentemente, a manutenção do seu emprego. Existe motivo mais forte que precisar pagar a escola dos filhos ou continuar tendo condições de pagar a prestação da sua casa?

Talvez essa seja a palavra de estímulo que precisamos e principal motivo para despertar a nossa confiança, incendiar a nossa iniciativa, acordar o leão que está cochilando dentro da gente. Não adianta se lamentar. Muito menos ficar estacionado. Quem olha para trás, não vê o que está na frente. Quem pensa em desafio, não pensa em oportunidade. Tudo isso não parece óbvio?

Comece pelo básico. Um simples telefonema para seu cliente pode fazê-lo não apenas lembrar de você, mas talvez lembrar da necessidade de comprar seu produto ou contratar seu serviço. Pode ser a luz que ele precisava, “como não pensei nisso antes?”. Ainda que ele não te contrate e resolva fazer tudo internamente – o que é uma prática cada vez mais usual – ele estará fazendo a sua empresa girar. Assim como Machado de Assis falou que “palavra puxa palavra”, no mundo corporativo também é assim, uma engrenagem puxa a outra, um resultado alavanca o outro, um concorrente cutuca o outro e, quando a gente se der conta, está tudo aquecido novamente. Síndrome de “Poliana” do autor desse artigo? Simplório? Simplista? Não importa. Assim é que é quando lemos um livro ou ouvimos uma palestra. Por mais que se chova no molhado, alguma coisa sempre toca a gente. Alguma coisa torna-se o insight que a gente estava precisando para apertar o play da nossa vida. Crie rodinhas nos pés e vamos à luta.

Tem gente que provocou verdadeiras revoluções interiores com muito menos do que isso. “Empresas vencedoras se fazem com pessoas vencedoras”. Essa é uma frase que existe há mais de 20 anos, repetida até hoje pelos maiores conferencistas e consultores do Brasil e ainda faz um sucesso enorme. Pessoas choram, se sentem tocadas, provocadas e saem de sua zona de conforto. E por que? Porque é simples? Porque é velha? De novo: não, porque é apenas verdadeira. É hora de fechar o jornal ou deixá-lo na banca. É hora de mudar de canal e assistir esporte, show, filme. Na pior das hipóteses é, simplesmente, mais divertido. Ouça música no carro quando vier para o trabalho. Na pior das hipóteses, ao invés de ser portador de más notícias, você será portador de boas notícias. Vai entrar cantando, falando do show que virá para a cidade, do resultado do seu time. E assim, sem querer, sem perceber, você estará motivando as pessoas. Abrindo os seus olhos para terem outra visão, pelo menos, do seu dia. Contagiados por isso, certamente vão trabalhar melhor do que se fossem para suas mesas depois daquele cafezinho com a cabeça buzinando “a economia está parada”, “o mercado está recessivo”, “a continuar assim a empresa não vai atingir o número”, “ih… esse ano não vai ter bônus”.

Quem não se lembra de ter lido em algum banner “não sabendo que era impossível foi lá e fez”?, ou “melhor pecar por ter feito do que por não ter feito nada”?, “melhor chover no molhado do que não chover”. O mundo corporativo está cheio de dicas banais, óbvias, repetitivas. Mas, certamente, será o óbvio, o banal, o simples, o que já foi milhares de vezes repetido que vai ajudar a gente a se movimentar e, principalmente, fazer as nossas empresas andarem. Comece pelo simples. Comece pelo básico. Depois você vai sofisticando, fazendo diferente. Quando você perceber, vai estar surpreendendo. E o que é melhor: surpreendido.

Jorge Medauar Júnior é diretor de criação da Incentive House.

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