Bancos desrespeitam legislação



Os bancos brasileiros estão longe de atender com qualidade seus clientes. É o que mostra pesquisa realizada pelo Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Durante um ano, a entidade manteve contas correntes em dez instituições financeiras do país (Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal – CEF, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Santander e Unibanco) e fez movimentações básicas para verificar se elas respeitam a legislação. O balanço apurou que os bancos cumprem 55% do que estabelece a legislação. O Real e o Santander apresentaram o pior índice, de 38%.

 

As sete etapas da pesquisa foram: abertura de contas; aquisição de crédito e solicitação do Custo Efetivo Total (informação do valor total da operação de crédito); liquidação antecipada do crédito contraído; conversão das contas em Serviços Essenciais; avaliação dos serviços em terminais de autoatendimento e na internet; avaliação dos Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs); e encerramento das contas correntes. O resultado são infrações ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), às normas do Banco Central (BC) e à própria autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

 

Segundo o estudo, nenhum dos bancos em questão foi claro com o cliente no momento da abertura da conta, ao detalhar o pacote contratado, informando os valores de cada tarifa, direito garantido pelo Código de Defesa do Consumidor, de acordo com o Idec. Na análise dos contratos de abertura das contas, HSBC, Real, Santander e Unibanco ficaram de fora, pois não forneceram os documentos, enquanto nos demais bancos foram encontradas diversas irregularidades, de acordo com o Idec. O Itaú registrou o pior desempenho (13%), enquanto a Caixa e o Bradesco obtiveram o melhor (50%).

 

Com relação aos contratos de crédito, apenas seis bancos foram avaliados, dado que Banco do Brasil, Banrisul e Real não forneceram o documento, e o HSBC não concedeu o crédito. Santander e Unibanco tiveram o pior índice (zero). Bradesco, Caixa e Itaú, o melhor (43%). O resultado do estudo foi enviado aos bancos e ao Banco Central, que não se manifestou.

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