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Big Data não se restringe a TI



A quantidade de informação digital chegará a 2,7 zettabytes no mundo em 2012, um aumento de 48% em relação ao ano anterior, de acordo com a consultoria IDC. Diante desse número, o mercado vem trabalhando novas formas de utilizar grande volume de dados a favor dos negócios. É o fenômeno do Big Data. “Trata-se de um conceito, que ganha cada vez mais relevância à medida que a sociedade se depara com um aumento sem precedentes no número de informações geradas a cada dia”, comenta Kátia Vaskys, diretora de Smarter Analytics da IBM Brasil, em entrevista exclusiva ao portal ClienteSA.

 

Porém, ela faz questão de ressaltar que o Big Data não é apenas um conceito técnico, restrito às equipes de TI.  “A capacidade de lidar com ele também está definindo novos padrões de gestão dos negócios, uma vez que exige uma nova abordagem para a tomada de decisão”, explica. Katia acrescenta ainda que por vezes o termo pode parecer antigo, pois desde sempre armazenamos e tratamos grandes volumes, no entanto só agora temos recursos para extrair valor destes dados. “Novo mesmo é o Big Analytics: a nossa capacidade de tomar decisões e automatizar processos com base nos dados”, justifica.

 

De que forma O Big Data irá mudar os negócios?

Em vez de seres humanos coletando todas estas informações, estamos prestes a entrar em uma era onde tudo ao nosso redor será configurado para coletar informações. Esse gigantesco fluxo de dados promoverá novas formas de pensar sobre o mundo. Redes analíticas inteligentes irão mudar nossas expectativas sobre governos, as empresas com as quais fazemos negócios e as pessoas para quem trabalhamos. Não atuar de forma analítica significa estar fora do contexto atual da sociedade.

 

Como as empresas podem trabalhar esse novo conceito?

Lidar com Big Data inclui componentes de qualidade de dados, modelo de dados, ferramentas de análise preditiva, softwares especializados para buscar dados em movimento e das redes sociais, tratamento de conteúdo digitalizado, entre vários outros componentes. A abordagem a ser adotada passa por uma análise daquilo que cada empresa já implementou, quais são suas principais fontes de dados e objetivos estratégicos, e partir daí definir uma arquitetura técnica. O bom é que hoje dispomos de muitos recursos, inclusive softwares de padrões abertos, o que torna possível adaptar a tecnologia para qualquer necessidade e qualquer orçamento, é algo que não está limitado apenas às grandes corporações.

 

Como o mercado vem recebendo essa nova tendência?

As empresas estão em uma fase de aprendizado, procurando entender e absorver estas novas tendências, e este é um aspecto recorrente não apenas no Brasil, mas no mundo todo. O que está muito claro para todos é que pensar na gestão e nos processos de forma analítica é algo inexorável, e isso faz parte do dia a dia e projetos futuros de todas as empresas.

 

De que forma o Big Data pode auxiliar na gestão dos clientes?

Com agilidade e inovação. O ponto crucial é o incremento da capacidade de prever e antecipar necessidades e tendências. Desde os anos 90 quando começamos a implementar aplicativos de CRM, fazíamos com uma visão reativa em todas as vertentes – atendimento, suporte, vendas, etc. A aplicação de conceitos e técnicas de Big Data permitem  o CRM ativo, antecipando e surpreendendo positivamente os clientes.

 

Já há empresas utilizando o Big Data nesse sentido?

No Brasil temos um caso prático muito interessante que é o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro. Eles combinam dados estruturados e não estruturados, aplicam técnicas de modelagem preditiva e entregam aos clientes (cidadãos) informações e recursos para administrar seu deslocamento, evitar congestionamentos, melhorar a qualidade de vida.

Também temos o exemplo da T-Mobile. Aplicando técnicas de Big Data ao atender um cliente no call center, a empresa combina dados históricos de dois anos de 30 milhões de clientes em tempo real. A agilidade na pesquisa e na combinação de dados estruturados (por exemplo, registros de ocorrência nas redes de telefonia) com dados não estruturados (análise de perfil de comportamento por redes sociais) permitem responder com agilidade a uma reclamação ou problema técnico. Dessa forma eles podem executar também ações preventivas quando ocorre uma falha técnica o que permitiu aumentar os índices de retenção de clientes.

 

 

5 FATORES QUE MUDARAM A INTERAÇÃO COM OS DADOS

Velocidade: em nenhuma outra época os dados foram criados com tamanha velocidade, em parte pelo grande número de fontes de dados (por exemplo, cada um de nossos telefones celulares gera e distribui dados incessantemente).

Volume: o volume de dados atinge fatores exponenciais.

Variedade: hoje há dados estruturados (por exemplo em tabelas, em sistemas) e não estruturados (vídeos, fotos, documentos digitalizados, etc), e eles estão sendo criados tanto internamente nas empresas, quanto por fontes que não tem controle como câmeras de vídeo de um shopping, sensor de um telefone, uma etiqueta RFID de um produto.

Veracidade: se refere a controlar até que ponto os dados são válidos e verdadeiros, e o ciclo de vida do dado uma vez que a velocidade o torna muito volátil.

Valor: se refere a capacidade de colocar os dados dentro de um contexto que faça sentido para a empresa, ou seja, que tenha valor e seja relevante.

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