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Brasileiro não está tão consumista


Estudo “Mais Mais LatinPanel/Super Varejo”, realizado pelo terceiro ano consecutivo, revela que o volume médio de 100 categorias das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e produtos de limpeza cresceu apenas 1% entre maio de 2005 e abril de 2006 na comparação com os 12 meses móveis imediatamente anteriores, apontando para estagnação nas vendas. Das cestas monitoradas pela LatinPanel, a de alimentos e a de produtos de limpeza foram as que apresentaram pior desempenho. Ambas registraram taxa zero de expansão na totalização das 7 regiões mapeadas pelo estudo.

Realizado a partir da reunião de dados coletados semanalmente em 8.400 domicílios, numa amostra cobre 82% da população do domiciliar e 91% do potencial de consumo do país, o estudo indica que as regiões Norte e Nordeste, Grande Rio de Janeiro e Interior de São Paulo foram as regiões que contribuíram negativamente para o baixo desempenho do volume médio comprado pelas famílias e indivíduos no período analisado.

A Grande Rio é o caso mais emblemático. Na região metropolitana da segunda maior cidade do país, houve retração de 5% no volume médio das 100 categorias acompanhadas pela LatinPanel. Ali, todas as cestas registraram retração, sendo que alimentos foi a mais afetada, com 7% de queda. Já no interior de São Paulo, os produtos de limpeza foram os mais que mais sofreram com a redução do consumo das famílias, consolidando queda de 4% no período avaliado. A cesta também foi a que registrou pior desempenho no Norte e Nordeste, onde a queda no volume médio chegou a 6%.

Destaque – O estudo, entretanto, indica que o consumo não foi negativo de modo uniforme em todo o país e que a retração no volume médio não atingiu todas as categorias avaliadas. Embora o índice geral tenha decepcionado, houve bons resultados em mercados estratégicos e expansão considerável das categorias de bebidas e higiene pessoal, que cresceram 3% e 5%, respectivamente, na média Brasil, convertendo-se nas vedetes do consumo domiciliar no período.

Na avaliação de desempenho por regiões, a LatinPanel detectou forte crescimento do volume médio das quatro cestas nas regiões Sul (5%), Grande São Paulo (6%) e Leste ( 7%) – que engloba o Espírito Santo, Minas Gerais e Interior do Estado do Rio de Janeiro, contrariando a tendência esboçada no consolidado nacional.

Nestas ilhas de prosperidade, o volume médio cresceu de forma mais acentuada para os produtos de higiene pessoal. A expansão foi de 12% na região Leste e de 8% na Grande São Paulo e estados do Sul. Também chama atenção no levantamento produzido pela LatinPanel, a expansão de 10% no volume médio dos produtos de limpeza na Grande São Paulo, o crescimento de 12% verificado pela cesta de bebidas no Centro Oeste e a alta de 6% do volume médio de alimentos no Sul do país.

Classe C impulsiona vendas – Assim como houve picos de consumo em determinadas regiões e cestas, as classe sociais também apresentaram desempenho discrepante, segundo os dados apurados pelo estudo. Fugindo da tendência de estagnação e baixo crescimento, os lares da classe C, com renda média mensal entre 4 e 10 salários mínimos, se destacaram no cenário do consumo entre maio de 2005 e abril de 2006. Neste estrato da população, o volume médio das 100 categorias acompanhadas pela LatinPanel cresceu 3%, índice superior à relativa estabilidade verificada nos lares da classe AB (1%) e à queda de consumo de 2% registrada nas famílias de classe DE.

Para sustentar o maior volume de compras, as famílias de classe C também foram as que mais expandiram o gasto médio, ampliando-o em 5%, índice 3 pontos percentuais superior ao registrado pelas famílias de classe AB. Nas categorias de alimentos e bebidas, o índice foi ainda mais elevado e bateu marca de 7%.

Para fazer frente ao volume maior de dispêndios, a classe C não teve alternativa e partiu para o endividamento. Segundo outro levantamento recente produzido pela LatinPanel, as famílias deste segmento gastam mensalmente 8% a mais do que arrecadam, segundo dados consolidados de 2005. O índice é 5 pontos percentuais superior aos 3% de endividamento verificado para a média geral das famílias no país.O fenômeno tem explicação. A classe C gosta de experimentar marcas premium, aspira ao padrão de consumo da classe AB e paga por isso.

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