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Celular: um banco (seguro) no bolso


Paulo M. Macedo

Não bastasse fazer ligações, tirar fotos, enviar mensagens e permitir acesso à internet, o telefone celular começa a se transformar em uma agência bancária de bolso. A tecnologia encontrou uma nova função para esse aparelhinho inseparável para milhões de brasileiros.

O Mobile Banking deve se popularizar no Brasil ainda em 2006. São duas as razões que fazem do celular uma tendência irreversível no setor bancário: estratégia de crescimento das instituições e segurança.

Em virtude da massificação da telefonia móvel, os bancos vêem a nova tecnologia também como caminho de ampliação da carteira de clientes, uma vez que os públicos C, D e E já possuem os aparelhos.

Apesar de todo o esforço do governo federal para implementar políticas públicas de inclusão digital, a telefonia móvel está mais próxima da realidade econômica do brasileiro. Os números a favor da telefonia móvel são inquestionáveis: são quase 80 milhões de celulares contra cerca de 25 milhões de computadores.

A segurança é outro aspecto favorável ao celular. Ataques constantes de hackers e falhas de programação demandam cada vez mais investimentos em sistemas de segurança por parte das instituições. Em 2004, o prejuízo das fraudes via internet chegaram a US$ 1,4 trilhão em todo o mundo. Neste ano, o investimento dos bancos brasileiros em tecnologia deve ser de R$14 bilhões e o gasto com prevenção de fraudes deve consumir cerca de 10% desse montante.

Em contrapartida, os celulares têm mecanismos mais rápidos de checagem de transferências de dados, como a utilização do SMS (aplicativo usado para enviar mensagens). No caso do Mobile Banking, essa função poderá ser utilizada para encaminhar mensagens a cada transação financeira ou para a utilização de cartões. Algumas empresas de cartões de crédito, por exemplo, já se utilizam dessa tecnologia.

Bancos e operadoras já estudam se a verificação por SMS (Short Message Service) é a melhor alternativa, pois as teles ainda não garantem 100% de entrega das mensagens em menos de 20 segundos. Esse entrave técnico leva as empresas a buscar soluções complementares, como o SIM Card (Subscriber Identity Module), no caso de aparelhos GSM (Global System for Mobile Communications).

Outra alternativa para a transação é via WAP (Wireless Application Protocol), que brevemente deve estar em boa parte dos celulares que operam em tecnologia CDMA (Code Division Multiple Access).

A identificação do usuário também é mais fácil pelo celular. No caso do Internet Banking, a possibilidade de acessar a conta de qualquer computador torna difícil a identificação. Algumas ações, como o cadastramento do IP (número identificador da máquina), podem auxiliar na hora dessa identificação, mas acabam por limitar o acesso.

Apesar de caminhar a passos largos, ainda não foi definida a padronização ideal para o Mobile Banking. Não se sabe, por exemplo, se esse serviço vai operar em linhas dedicadas e de canais de comunicação mais seguros, se vai haver uma tecnologia diferente para cada operadora e para cada banco ou mesmo se o serviço será unificado. O próprio governo trabalha para estabelecer um sistema compartilhado entre todas as instituições financeiras, por meio de um único sistema de certificação digital.

O fato é que Mobile Banking apresenta diversas possibilidades de aplicação, já que os celulares ganham a cada dia mais opções de serviços e ferramentas. Tendo essa realidade em vista, o usuário certamente não vai querer ficar fora dessa tecnologia. O mais importante é frisar que toda essa tecnologia só tem a acrescentar na sua liberdade de escolha e o acompanhamento mais próximo de sua conta-corrente e seu dinheiro.

Paulo M. Macedo é diretor geral da Novabase Brasil Forward.

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