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Cidadania e sustentabilidade só na teoria



O Ibope Inteligência foi um dos premiados durante o 3º Congresso ABEP, evento promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa, que aconteceu em São Paulo, em abril. Em seu paper vencedor, o Ibope Inteligência revelou como o brasileiro tem dificuldade de praticar as idéias de sustentabilidade difundidas. Segundo o estudo “Cidadania Sustentável: Um chamado para a ação”, é grande a quantidade de pessoas que, embora tenham conhecimento de práticas de cidadania sustentável, não as inclui no cotidiano.


Na pesquisa, foram enumeradas as ações sustentáveis mais disseminadas na sociedade: consumo consciente, pirataria, separar o lixo, além de pilhas e baterias. Apesar de 70% a 90% dos cidadãos ouvidos terem afirmado serem bem-intencionados quanto a estes hábitos, apenas de 30% a 60% os exercem, de fato. Segundo os pesquisadores que assinam o paper, o levantamento também aponta para uma associação exagerada do termo “sustentabilidade” ao meio ambiente, estigmatizando o termo como jargão de ambientalistas – o que, não raro, pode causar repulsa em parte da sociedade, avessa ao radicalismo de alguns ativistas ambientais.


Uma das conclusões do estudo, portanto, é o da necessidade de “resignificar” o termo sustentabilidade, que deveria ser encarado num sentido amplo, no sentido de fomentar carreiras sustentáveis, finanças sustentáveis, dietas sustentáveis, etc. Os autores do estudo avaliam ainda que os resultados sugerem uma relação “platônica” da sociedade com a sustentabilidade, como se fosse um sonho distante, muito difícil de ser alcançado.


Para Silvia Cervellini, diretora de atendimento e planejamento do Ibope Inteligência e uma das responsáveis pelo estudo, as pessoas encaram o exercício da cidadania sustentável como uma coisa muito dispendiosa, como hábitos de pessoas muito perfeitas: “Elas se sentem pequenas e imperfeitas diante da responsabilidade de cuidar do ‘planeta’, quando, na verdade deveriam pensar a sustentabilidade em seu microcosmo, aplicando em sua casa, o seu trabalho. O planeta, o coletivo, só pode ser salvo por indivíduos, por um conjunto de ações concomitantes”, diz Cervellini.

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