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Colaboração: integrando TI e processos



Autor: Dieter Kelber


Para que os processos operem com eficiência nas empresas há a necessidade de um bom suporte de sistemas, predominantemente gerenciados pela área de TI. Disso ninguém duvida. Também é consenso que em um ambiente de processos desponta a necessidade de uma maior colaboração transversal entre as pessoas envolvidas neles. Porém, a falta de alinhamento entre profissionais de TI e os responsáveis pela adoção de processos de negócios ainda é uma triste realidade na maioria das organizações.

 

Mas por que acontece isso? Antipatia? Concorrência entre as categorias? Será pelo fato de o setor de tecnologia, aparentemente, estar tão distante do resto da estrutura organizacional? O problema está na dificuldade dos profissionais de processos em lidar com sistemas? Ou, simplesmente, estamos diante de uma situação nova?

 

Na realidade temos um pouco de cada coisa, mas o fator preponderante para justificar a falta de entendimento entre as duas partes é a forma como cada setor enxerga e soluciona os problemas. Enquanto a área de TI lida com tarefas extremamente lógicas e focadas na forma do produto ou serviço, o pessoal de processos de negócios, geralmente mais próximo ou, até mesmo, dentro da cadeia de valor da empresa, precisa pensar de forma globalizada, transversal, transdisciplinar, colaborativa e, principalmente, focada no cliente.

 

Em análise recente, o Grupo Gartner concluiu que as tendências apontam para a evolução da TI como uma área de criação de soluções de negócios, prestação de serviços e de recursos corporativos, e ser detentor de conhecimentos tecnológicos não é mais uma profissão. Em outras palavras, com a popularização da informática, o conhecimento está disseminado entre os demais usuários. Os profissionais de tecnologia saíram da posição de conforto e devem repensar a forma de atuar de agora em diante.

 

As empresas estão rapidamente migrando para a administração por processos e os executivos, independente da hierarquia, precisam necessariamente ter o perfil de um Lidestor, ou seja, trabalhar com a cabeça e o coração, conforme os cenários exijam. A ética, o caráter, assumir e ter responsabilidade conforme as dimensões do conceito de desenvolvimento sustentável, além da estabilidade emocional, mesmo em situações caóticas, são características essenciais. Ouvir, orientar, dar “feedback”, delegar, corrigir, tomar decisões, motivar, trabalhar em e com equipes, dedicar-se para o sucesso do todo e de todos, desenvolver as pessoas e ter talento social surgem da simbiose entre liderança e gerência e é fator imprescindível para a obtenção do resultado global.

 

Neste contexto de mudanças em um piscar de olhos, onde os desafios se avolumam e se globalizam todos os dias, não é mais possível pensar e agir de forma segmentada. É preciso somar conhecimentos, habilidades e motivações. É necessário usar todos os sentidos e todo o potencial do cérebro. Quando olhamos ao redor é fácil identificar pessoas que são claramente líderes e péssimos gestores. Assim, como podemos reconhecer fantásticos tocadores de projetos, comandando centenas de pessoas, mas sem a mínima sensibilidade de liderança. Quem tiver tendências apenas para um dos lados precisa urgentemente buscar desenvolver o outro. Este é o caminho para haver uma melhor integração entre os profissionais de TI e os de processos.

 

Dieter Kelber é pesquisador do NAIPE/USP e diretor-executivo do Insadi – Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual.

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