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Colhendo os louros

Em um clube de futebol, é inevitável afirmar que o resultado em campo reflete fora. Se o time vai bem, mais camisas são vendidas, mais o estádio lota e surgem aqueles famosos torcedores que aproveitam a boa fase do clube para virar fã de carteirinha da equipe. Justamente os aspectos positivos da boa fase fizeram o Cruzeiro colher louros extra-campo. “No ano passado, nós faturamos com o programa de sócio-torcedor cerca de R$ 38 milhões, algo que ajudou a recuperarmos boa parte do investimento que fizemos no time”, afirma Marcone Barbosa, diretor de marketing do clube mineiro. 2013 foi marcante para o clube em dois aspectos: título do Campeonato Brasileiro e reinauguração do Estádio do Mineirão, após reformas para a Copa do Mundo de 2014.
Em 2013, o time aproveitou o fato de muitas pessoas estarem interessadas em assistir os jogos no novo Mineirão para oferecer um sistema de comodidade para ver as partidas. Comodidade, facilidade e economia também em relação com a política de preço, como salienta o diretor. “O consumidor poderia fazer essa compra com facilidade porque até então era comum o preço do ingresso ser um e em um jogo seguinte era outro, se um time ganhasse em um jogo anterior isso impactava no preço do ingresso do jogo seguinte e isso deixava o consumidor um pouco confuso, ele não sabia se era mais vantagem ser sócio ou comprar os ingressos na bilheteria”, explica.
Após definir a política de preço e deixar o quanto ele economizaria sendo sócio, o público só aumentou – a renda com venda de ingressos chegou a 40 milhões ano passado. Em 2014, o clube entrou no segundo estágio do programa, no qual o objetivo já não é mais vender comodidade, e, sim, mostrar para torcedor a experiência e a importância dele para o clube. “Nós queremos expor ao torcedor que com ele apoiando o time e estando ao nosso lado dentro do programa sócio do futebol, nós vamos conseguir montar times cada vez mais competitivos”, explica Marcone, que ainda completou: “A nossa comunicação em 2014 vai ser voltada a passar para o torcedor que ele é o responsável por tudo que o time consegue.”
Mas não são só esses fatores que fazem o clube se destacar quando o assunto é programa de sócio-torcedor. O clube também criou uma rede de pontuação interna em que o fã, à medida que se relaciona com o clube, adquire pontos para trocar por benefícios tangíveis e intangíveis. Um sistema de fidelização. “As premiações são, por exemplo, produtos que não estão à venda como uma fotografia com o jogador, uma visita ao centro de treinamento, poder assistir ao jogo no camarote próximo ao presidente do clube ou visita do nosso mascote”, exemplifica o diretor de marketing. Para aumentar o quadro de sócios, que hoje chega a quase 50 mil, o Cruzeiro quer penetrar mais no interior do estado de Minas Gerais, onde já tem certa força. 70% dos torcedores do clube é dos municípios além de Belo Horizonte. “São mais de 433 municípios que podem fazer a diferença para nós no fim de 2014”, garante Marcone.
Porém, o futebol não é constante e, muito menos, um ato de justiça. A história cansou de nos mostrar grandes times, com os melhores jogadores, que não conquistaram títulos. Para evitar que os resultados em campo interfiram no quadro de sócios do clube, o Cruzeiro criou alguns mecanismos. Por exemplo, toda nova adesão ao clube deve ser feita via cartão crédito. Sendo assim, o sócio paga as 12 mensalidades por esse meio, permanecendo um ano como sócio do clube, ação que faz o clube não sofrer tanto com a debandada de fãs. “Se o resultado foi bom, o bolo cresce. Se o resultado foi ruim, o bolo não diminui”, comenta.

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