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Como enfrentar o momento atual

Por qual caminho os pequenos e médios empreendedores estão pensando seguir para enfrentar os atuais desafios da economia brasileira? Com isso em mente, a Ancona Consultoria Inteligência Estratégica elaborou uma pesquisa com 160 empreendedores, proprietários com atuação nos mais variados segmentos. De acordo com a pesquisa “Como enfrentar o momento atual”- pela qual os respondentes poderiam escolher mais de uma resposta -, 58% das empresas participantes do levantamento entendem que devem investir em nichos de mercado ou produtos; 51% avaliam que é hora de reduzir custos e despesas e que é importante otimizar processos; 28% entendem que o momento pede investimento em pessoas e recursos e 24% avaliam que é hora de redirecionar o negócio.
“As respostas mostram uma preocupação mais voltada ao próprio mercado e produtos, aliada a uma otimização de processos, o que deve resultar em redução de custos e despesas, enquanto outros recursos e investimento em pessoas são relegados a um plano de menor importância. Vale lembrar, entretanto, que o fato de modificar processos, significa contar com pessoas com as características adequadas à nova realidade e que isso implica, necessariamente, em investir em pessoas e recursos como ferramentas de análise de perfil e capacitação”, pondera Paulo Ancona, sócio-diretor da Ancona Consultoria.
Quando questionados sobre o futuro do mercado e da economia, 58% entendem que serão exigidas mudanças inovadoras pelo empresariado; 35% vão se manter como estão por mais um ou dois anos; outros 35% entendem que o cenário deve melhorar nos próximos dois anos; 26% avaliam que será necessário que as empresas se modernizem e 5% acham que o panorama deve piorar nos próximos dois anos. “É interessante que os empresários enxergam que não é mais possível manter as empresas competitivas sem implantar mudanças inovadoras. Na visão deles, isso é mais importante do que apenas modernizar e adequar processos. Diante disso, é preciso que as empresas entendam de fato o lado disruptivo da inovação e tenham a coragem de investir nela, mesmo sabendo que esses frutos podem não ser colhidos de imediato e que isso pode representar algum tempo de tentativas e despesas. O importante, para isso, é que não fiquem apenas no discurso e busquem apoio e metodologia para os novos caminhos”, afirma Ancona.
O estudo revela, ainda, que para superar o momento atual de mercado e da economia, 73% dos empresários pensam em profissionalizar mais o negócio; 28% acham que é importante se associarem a outras empresas; 12% entendem que a saída é ser vendida total ou parcialmente ou, ainda, mudar o foco do negócio e 3% apontaram a compra de concorrentes. “Esses dados são interessantes e inspiradores. Mostram que as empresas e seus comandantes se mostram dispostos a encontrar soluções que as tornem mais capacitadas. Estão conscientes de que não existem soluções mágicas, mas esforço interno e fixação de novas metas.”
Na visão de Paulo Ancona, as respostas relacionadas ao tema inovação infelizmente não podem ser encaradas com o mesmo otimismo. Isso, porque possivelmente muitas das empresas não têm consciência exata de como implantar um processo de inovação efetivo. De acordo com o levantamento, 68% dos respondentes entendem que a inovação significa criar condições práticas para a inovação; 30% sabem que a inovação pode gerar despesas e investimentos; 21% contam com perfis variados na equipe ou fazem uma seleção voltada ao perfil inovador; 7% acreditam que a inovação vem de baixo para cima.
Quando questionados sobre em que acreditam para promover um processo de “inovação”, 72% responderam sobre a necessidade de abrir a cultura da empresa para novos caminhos; 28% acham que devem contar com especialistas externos; 19% entendem que esse processo pode demorar mais do que seis meses; 18% acham que as ideias precisam partir da diretoria e 7% avaliam que devem contar somente com a colaboração da equipe interna da empresa.
Os empreendedores também foram questionados sobre o que significa “foco no cliente” para cada um deles. 56% apontaram que é ouvir os clientes de forma sistêmica; 42% acham que são indicadores comerciais de acompanhamento; 38% entendem que são processos desenhados com esse objetivo; 31% classificam como treinamentos e 19% enxergam como um lema.
A pesquisa também quis saber como cada empresa define sua cultura: 47% disseram ter cultura empreendedora; 16% mencionaram ter cultura centralizadora; outros 16% afirmaram que tem cultura inovadora; 12% são conservadores e 8% se definiram como controladores. Paulo Ancona avalia que o mínimo que uma empresa deve ter é uma cultura empreendedora, pois essa é a razão de sua existência. “É preciso, no entanto, atentar para o fato de que esse empreendedorismo precisa vir acompanhado de planejamento e estratégias adequadas, além de processos integrados e pessoal capacitado que lidere e gerencie a partir de indicadores de desempenho”, explica.
AVALIAÇÃO
De acordo com Paulo Ancona, sócio-diretor da Ancona Consultoria, ficou claro, por meio dos resultados da pesquisa, que os empresários entendem que o momento requer mudanças e melhoria de desempenho. “Existe uma preocupação das empresas em se modernizar, se profissionalizar e até partir para processos de inovação. Por outro lado, fica claro que a maioria dos empresários não sabem exatamente o que significa um processo de inovação, que requer, muitas vezes, um investimento considerável e que carrega consigo o risco de despesas continuadas até que se chegue a soluções que, ao serem implantadas, tragam mudanças profundas na empresa, aos seus serviços ou produtos, provocando impactos sensíveis junto ao mercado e clientes”, avalia.
Ancona ainda menciona que por meio da pesquisa foi possível detectar que os processos de mudança são defendidos, mas ao olhar o cruzamento de respostas, nota-se que existe um desejo transformado em discurso. Ainda não há ações práticas, uma vez que muitas premissas para processos de mudança são colocadas como menos importantes que outros temas. “Existe a vontade, mas talvez falte às empresas entender quais os caminhos para promover uma readequação à realidade do mercado e do momento econômico”, analisa o especialista.

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