Confiança tem nova baixa

Em outubro, o Índice Nacional de Confiança (INC) registrou 74 pontos, cinco a menos que setembro. O INC, que é medido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), aponta esse como o valor mais baixo já registrado, desde que a pesquisa começou a ser elaborada, em abril de 2005. E trata-se da quinta mínima histórica consecutiva. O INC foi encomendado pela ACSP ao Instituto Ipsos, que realizou a pesquisa entre os dias 15 e 29 de outubro em todo o Brasil. No INC, os valores entre 100 e 200 pontos apontam otimismo; o intervalo de zero a 100 indica pessimismo. 
Em outubro de 2014, o INC foi de 148 pontos. Ou seja, houve uma queda de 50% de um ano para outro. “A raiz do problema está na área política, que não consegue resolver a questão fiscal, piorando o cenário macroeconômico e afastando investimentos. Por isso, é cada vez mais urgente que todos se unam para encontrar um caminho de saída para a crise”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). A confiança do consumidor paulista permanece em patamar mais baixo em relação ao Brasil, marcando 68 pontos em outubro, contra 73 em setembro.
Sul, pior resultado
Melhorou a confiança de quem mora nas regiões Sudeste e Norte/Centro Oeste. Na primeira, o INC saiu de 72 pontos em setembro para 75 em outubro. Já na segunda o índice foi de 77 para 79 pontos. O Sul, por sua vez, apresentou o pior resultado. O Índice da região chegou a 55 pontos ante 77 em setembro. As justificativas para esse desempenho são as condições climáticas desfavoráveis (chuvas em excesso), severas dificuldades financeiras do poder público local e enfraquecimento da indústria – o Sul amargou a maior queda industrial em setembro segundo o IBGE, em relação às demais regiões brasileiras. Por fim, a confiança no Nordeste caiu de 87 pontos em setembro para 79 em outubro.
Classes
Todas as classes socioeconômicas apresentaram queda na confiança de setembro para outubro. A classe D/E foi de 84 para 83, a C foi de 80 para 73 e a classe A/B foi de 69 para 64.
Situação, consumo e emprego
De acordo com o INC de outubro, 54% dos brasileiros avaliam como ruim sua situação financeira atual. O mesmo percentual também se sente inseguro em seus empregos. Em consequência, 64% dos entrevistados estão menos à vontade para comprar eletrodomésticos e móveis. Ao mesmo tempo, 66% não estão à vontade para adquirir casa ou carro. “Resta ao comércio trabalhar em cima dos 36% que estão indecisos ou seguros para comprar eletrodomésticos e móveis e dos 34% que aceitariam investir em um imóvel ou automóvel. O que os empresários não podem é se abater com a situação. É preciso investir em ferramentas de marketing e aproveitar as oportunidades da época de fim de ano”, sugere Burti.

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