Em 2007, se estabeleceu no Brasil um verdadeiro mercado secundário de celulares que concorre com as operadoras. Cerca de 26% dos aparelhos adquiridas pelos usuários em 2007 foram compradas de segunda mão, ou seja, algo em torno de 7,2 milhões de aparelhos. O dado consta do estudo anual realizado pela LatinPanel, empresa de consumo domiciliar, que ouviu 26 mil indivíduos para avaliar os hábitos de compra e uso da telefonia móvel no Brasil. A amostra representa 80% da população ativa e 91% do potencial de consumo de celulares no país.
O estudo revela ainda que o número de indivíduos que possuem ao menos um celular cresceu 23% em 2007 no Brasil. Em dezembro de 2006, a penetração dos aparelhos celulares estava na faixa de 54% da população. Já em dezembro de 2007, o índice subiu 12 pontos percentuais e bateu a marca de 66% dos brasileiros.
Mesmo com o amadurecimento do mercado de telefonia celular no país, o estudo revela que o ritmo de expansão da base de usuários não arrefeceu e o mercado cresce desde 2005 de forma uniforme. Prova disso é que os crescimentos da média mensal de novas aquisições se mantêm, foram habilitados 2,3 milhões de novos aparelhos mensalmente, em 2007, contra 2,1 milhões/mês no ano anterior.
Distribuição segmentada – A pesquisa também mapeou a distribuição socioeconômica dos celulares. Segundo o levantamento, 53% dos indivíduos das Classes D e E já são proprietários de celulares no país. Este extrato da população foi o que registrou maior incremento de número de possuidores na comparação com 2006. No ano passado, 39% dos indivíduos deste estrato possuíam celulares. Na classe C , também houve avanços e, no final de 2007, 70% dos indivíduos deste estrato já possuiam ao menos um celular. Em 2006, o índice era de 59%. Na classe AB, por sua vez, o índice de penetração ficou em 84%.
No exame da distribuição por faixa etária, o estudo verificou que 46% das crianças entre 7 e 13 anos já são proprietárias de aparelhos celulares. Entre os indivíduos de 14 a 18 anos, 71% possuem o aparelho. Na faixa dos 19 aos 24 anos, a penetração é de 80%. Entre os indivíduos de 25 a 32 anos, o índice é de 80,6%, e, entre os de 33 a 40 anos, o o indicador é 75%. Na demais faixas, à medida que a idade avança, o percentual de indivíduos que possuem celulares cai. Entre os indivíduos de 41 a 50 anos a penetração é de 69%; e, para os que têm mais de 50 anos, o índice é de 48%.
Pós-pagos gastam mais – O estudo da LatinPanel fez também uma radiografia dos gastos com telefonia móvel no país. O levantamento revela que o brasileiro usuário de celular pós-pago puxa a receita das operadoras comprando cada vez mais serviços agregados. Os clientes desta modalidade de linha gastam 7 vezes mais que os usuários de pré-pago.
Segundo a pesquisa, os consumidores de telefonia celular pós-paga, que representam em média 15% da base instalada das operadoras, gastaram em 2007, em média, cerca de R$ 68,31 por mês, o que representou um aumento de 6% em relação ao ano de 2006, quando gastavam R$ 64,38. A região da Grande São Paulo encabeça essa tendência, com a maior média de gasto mensal, R$ 86,52.
Em contrapartida, o estudo mostra que os clientes pré-pagos, que ainda respondem por 85% dos celulares ativos no Brasil, estão reduzindo seus gastos com telefonia celular. Em 2007, estes usuários consumiram uma média de R$ 11,60 por mês, o que significou uma redução de 13% em relação a 2006, quando gastavam R$ 13,34.