Cuidado com o principal pilar do time

No último domingo (01), aconteceu a final do campeonato de futebol americano, no Estados Unidos. Chamado de Super Bowl, este já é reconhecido como um dos maiores eventos esportivos. Não somente por ser uma paixão nacional, como também por ser transmitido para mais de 100 países e contar com atrações nos intervalos, como o tradicional show de algum grande artista – neste ano foi feito pela cantora pop Katy Perry -, a final assume números grandiosos. Por exemplo, no ano passado, a audiência nos EUA alcançou a quantidade de 111,5 milhões de pessoas, considerada até então a maior da história do país; em apenas um dia o jogo chega a movimentar US$ 12,6 bilhões, aproximadamente, R$ 34 milhões. Mais do que isso, o Super Bowl, por conta do espetáculo que cria, acabou por propagar o futebol americano para o mundo, inclusive, para o Brasil.
Segundo uma pesquisa feita pelo Ibope Repucom, em 2014, 3,3 milhões de brasileiros disseram se interessar pelo esporte, representando 3,6% da população. No ano anterior, o índice era de 1,2%. No Twitter, a final do campeonato foi mencionada pelos internautas brasileiros em 817 postagens, perdendo apenas para a Copa do Mundo de 2014, que contou com 35,5 milhões de tuítadas no jogo fatídico Brasil e Alemanha. O Super Bowl passou a quantidade de postagens até mesmo da final da última Copa do Brasil, que teve 407 mil tweets. Outra prova do aumento de interesse já é a nossa própria realização de campeonatos de futebol americano com times nacionais. Como o Vipers Army Football, time de Sorocaba, que já existe há oito anos e, no ano passado, foi vice-campeão paulista e terceiro na Liga Nacional.
Por outro lado, esse é um esporte que ainda é desconhecido por muitos e considerado, até mesmo, amador. Por isso, para conseguir mais espaço e profissionalização é preciso contar com o apoio de todo, principalmente, do pilar mais importante para qualquer time de qualquer esporte, a torcida. “O torcedor é um agente do time, uma pessoa que carrega a equipe para todos os lugares, defende e compartilha todas as emoções vividas nessa cumplicidade de forma mágica. Ele é uma pessoa mais que especial”, conta Paulo Ricardo Lisboa, vice-presidente e diretor de marketing do Vipers e um dos diretores de marketing da Federação de Futebol Americano de São Paulo. Por conta, justamente, dessa importância que representa que é essencial que qualquer instituição esportiva pense na fidelização de seu torcedor como cliente. “Todo torcedor é um cliente em potencial para nossa equipe, por isso, desde 2012, estamos reformulando nossas ações de marketing dentro e fora de campo com a finalidade de atender e cativar cada vez mais o torcedor tradicional e os novos, fato que cresce a cada dia”, adiciona.
Aliás, no caso de um esporte que ainda não tem muitos conhecedores, mais do que fidelizar aqueles torcedores que já existem, há ainda o trabalho de conquista dos que podem ser admiradores e fãs. “A conquista é constante e diária. Fico muito contente ao ver pessoas de outros estados nos mandando mensagens de apoio e utilizando nossos produtos, que são vendidos pela web e nas lojas oficiais de nosso patrocinador, Army Inc, com mais de 51 lojas em todo Brasil”, afirma Lisboa. E uma das técnicas de conquista está diretamente ligada ao fato de ser visualmente atrativo devido aos equipamentos. “O esporte é muito movido pela paixão, pela emoção. E vindo da escola americana, não temos o que criticar, eles são os mestres no marketing esportivo, no show. Realizamos algumas ações nas redes sociais como sorteios de camisa de jogo, quando vamos às rádios dar entrevistas sorteamos bolas, sempre convidamos torcedores a assistirem aos nossos treinos e se aproximarem dos atletas”, diz. Além disso, não são cobrados os ingressos para os jogos.
O resultado de investir no torcedor, procurando o ver como cliente e o time como uma empresa, aparece até mesmo no crescimento da equipe. Segundo Lisboa conta, há dois anos, quando ele começou a administrar o Vipers, eram apenas 30 jogadores, e hoje já são mais de 100 atletas, entre masculino, feminino e comissão técnica. “Hoje estamos aos poucos conquistando novos torcedores em nossa cidade, a cada jogo, a cada ação de divulgação. Fizemos parcerias com emissoras de TV, rádio, jornal, redes sociais, está tudo sendo muito gratificante”. O objetivo? Fazer do Brasil o país do futebol, vôlei, basquete e, quem sabe, futebol americano. “Para isso, todos os dirigentes têm de fazer o teu papel, somo todos unidos por um objetivo de divulgação e conquista de território. Juntos somos e ficamos cada vez mais fortes!”

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