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Culpa do aplicativo ou da burocracia?

Com o desenvolvimento do ambiente mobile, muitas startups aproveitaram o maior engajamento das pessoas aos dispositivos do tipo. Aos montes, elas estão criando ferramentas que trazem maior conforto, rapidez e flexibilidade ao dia a dia dos usuários. No entanto, um desses serviços vem gerando certa polêmica no mercado nacional e internacional, o Uber. Com intuito de oferecer motoristas particulares, com uma preocupação maior ao bem-estar dos passageiros em troca de uma boa avaliação, o aplicativo tem dividido opiniões entre seus defensores e pessoas contrárias ao seu funcionamento. Para o advogado, Fernando Pardo Guimarães, mais do que certo ou errado, ele deve ser visto como “uma opção a mais ao consumidor”.

Ele ainda explica que essa resistência que vem sendo encarada pelo Uber tanto no Brasil como em outros países, como Espanha e o próprio Estados Unidos, onde foi criado, já era algo esperado. Os motivos para isso também pode ser vários, que vai desde a possibilidade de monopólio estatal até o receio da perda de mercado. Setor este que, segundo Guimarães, enfrenta problemas de burocracia, não apresenta tantas inovações e apresenta um custo alto considerado pela população. “A livre concorrência entre taxistas de uma mesma categoria – em São Paulo existem quatro (comum, comum-rádio, especial e luxo) – só existe entre quem pega o passageiro primeiro, pois cobram o mesmo preço por determinação do Estado. A partir do momento em que não se estimula uma maior concorrência, o negócio engessa e não inova”, complementa.

Outro problema do segmento também se encontra na obtenção de licenças. Em São Paulo, por exemplo, a emissão de alvará está suspensa e só é possível sua obtenção por meio de: transferência de algum detentor, desde que gratuitamente e atendendo critérios da Prefeitura; ou na atuação como preposto, em que se substitui um taxista falecido, enfermo ou incapacitado, ou atua profissionalmente para uma frota. Por conta disso, há muitos casos de vendas e aluguéis ilegais no Estado. Junto ao fato de haver o “lucrativo negócio das frotas de táxi, nas quais os taxistas pagam diárias altas para trabalhar na praça”, adiciona o advogado.

Por conta disso, ele acredita que a população tenha a ganhar com a chegada do aplicativo no mercado. “Em centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, cidades em que o Uber tem se mostrado presente, a população sente a necessidade de ter um transporte de melhor qualidade, seja coletivo ou individual, com um tratamento mais humanizado, com a preocupação no bem-estar e na avaliação do cliente”, afirma.

Além disso, é preciso que os próprios profissionais de táxi olhem para a situação com uma posição mais positiva. Pois com a chegada do Uber também incentivará o setor a invistir em melhorias e facilidades para que não percam clientes. “Pelo fator novidade e pela qualidade do serviço prestado, a procura por táxis pode enfrentar diminuição, mas, se a categoria procurar inovar na prestação de serviços e cobrar do Poder Público maior liberdade concorrencial e menos burocracia em uma atividade tão engessada e cara, é possível haver um equilíbrio, maior procura e preços melhores”, comenta Guimarães.  Este pode ser, justamente o momento de levantar questões para os problemas e obstáculos que existam há tanto tempo. Como já vem ocorrendo em Belo Horizonte, por exemplo, onde motoristas de táxi comum e especial têm procurado expandir serviços com melhor atendimento, similar ao que o aplicativo no modelo UberBlack oferece.

Para o advogado, apesar de a plataforma oferecer hoje um serviço que pode ser considerado melhor, as pessoas não irão deixar de usar o táxi. Afinal, esse oferece vantagens que o outro ainda não usufrui. Por exemplo, o cliente pode chamar um taxista com um simples aceno, quando estiver na rua, e os motoristas estão livres do rodízio veicular e podem utilizar a faixa de ônibus, no caso de São Paulo, o que já ajuda no momento de trânsito. Benefícios que não podem ser utilizados por carros comuns, mesmo os do Uber. Além disso, os próprios aplicativos de táxi vêm beneficiando tanto profissionais quanto usuários com acordos, descontos, opções variadas de pagamento e oferecimento de maior segurança.

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