Digitais eletrônicas



O consumidor tem alta confiança nas prestadoras de serviços de comunicações (CSP) como guardiãs de seus dados digitais pessoais, assim como um grande interesse nestas empresas como “pontos únicos de compras”, atribuindo-lhes a supervisão de seus dados pessoais. Cerca de metade dos entrevistados acredita que as prestadoras poderiam ser “parceiras úteis”, ajudando-os com a gestão e a proteção dos dados. As conclusões são do Estudo de Privacidade, encomendado pela Nokia Siemens Networks.

 

A pesquisa – que entrevistou 9.200 pessoas e foi realizada em 14 países, entre eles o Brasil – tem como objetivo esclarecer as atitudes de consumidores com relação à utilização de seus dados digitais, que consistem na soma de todas as suas “digitais eletrônicas”, – ou seja, as informações fragmentadas, que são deixadas para trás, todas as vezes em que usam o telefone celular ou outro aparelho, por meio de uma rede, para interagir com um site. Os dados digitais pessoais dos consumidores incluem informações sobre perfis, desejos, experiências, necessidades e comportamentos, residindo em sistemas CRM e em empresas.

 

Os resultados da pesquisa mostram grande preocupação, entre os consumidores, com a utilização destes dados, o que é confirmado por 82% dos entrevistados, que consideram a privacidade como um tópico de importância; 76% que se preocupam com violações de privacidade; e 45% que acreditam não ter controle sobre seus próprios dados. Por outro lado, 69% dos entrevistados responderam provavelmente ou afirmativamente, quando perguntados se a existência de “um único portal para gerir e supervisionar as várias permissões que forneceram a terceiros referentes a seus dados pessoais” seria uma opção interessante.

 

A pesquisa determinou, ainda, que as prestadoras de serviços de comunicações se encontravam entre as instituições a quem mais eram confiadas a privacidade e a segurança destes dados. De fato, as CSPs, na mente dos usuários, estão na frente de mecanismos de buscas, empresas de seguros, portais on-line, outorgantes de cartões de fidelidade, governos, assim como lojas e comunidades virtuais – ficando atrás apenas de bancos.

 

De acordo com Diego Rodriguez, diretor global da solução SDM da Nokia Siemens Networks, as prestadoras de serviços de comunicações mantêm relações de longa data com os clientes, estão vinculadas a contratos de níveis de serviços e relacionamentos de cobrança e, além disso, possuem uma visão do local do cliente. “A nosso ver, isto as coloca em uma posição ideal para montar os dados pessoais dos clientes – que, hoje em dia, se encontram fragmentados pela Internet – tornando-os mais tangíveis e facilitando sua gestão para o usuário final. Os resultados desta pesquisa global confirmam esta percepção e destacam o papel potencial que as CSPs podem desempenhar- assim como o valor que podem gerar – mapeando os dados pessoais do usuário final”, explica.

 

Perfis – Com base nos resultados finais da pesquisa, os entrevistados se classificam em três subgrupos. Os “Temerosos” procuram proteger os dados digitais pessoais, repassando-os o mínimo possível. Os “Seletivos” formam um grupo pragmático que, em geral, se mostra mais disposto a correr riscos de privacidade, tendo em vista o valor que recebem em troca. Os “Não envolvidos”, em geral, são mais jovens, têm menos chance de possuírem um cartão de crédito e desconhecem o tema privacidade. Nas amostragens regionais, houve grande variação na proporção de cada subgrupo. Os países desenvolvidos, a exemplo da Alemanha, Austrália e Canadá, de uma maneira geral, apresentaram a maior porcentagem de “Temerosos” (49-44%), sendo que a China e Taiwan tiveram a menor (23-24%).

 

No Brasil, a pesquisa revelou um número de variações em relação aos resultados globais. A maioria (53%) dos brasileiros participantes foi classificada no grupo dos “Seletivos” – somente Egito, China e Taiwan apresentaram esta proporção tão elevada. Isto pode explicar os dramaticamente elevados níveis de conforto com a revelação de descrições menos detalhadas de dados pessoais, como localização geral ao invés de localização exata; grupo de idade no lugar de data de nascimento; e níveis de renda ao invés de receita mensal. Possivelmente por esta razão, não é surpreendente a receptividade um por portal para administrar todas as permissões – significativamente mais alta do que a média global -, com 80% dos brasileiros descrevendo este caminho como algo em que eles estariam interessados.

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