O ponto de partida para o avanço da economia criativa no Brasil é a mudança cultural. Com enorme diversidade de públicos e variações de comportamento de consumo, o que fortalecerá e permitirá as inovações que o novo modelo de economia está trazendo é a conscientização de que, junto com produtos fantásticos, é necessário investir no relacionamento com o consumidor, o qual está muito mais exigente com os serviços que recebe. Para explicar como a gestão de clientes é essencial para a evolução do sistema econômico, a Cliente SA conversa com o coordenador de Pós-Graduação em Gestão do Entretenimento, da ESPM-RJ, Eduardo França.
Para França, a discussão sobre a economia criativa é recente no Brasil. O primeiro ponto que se pode notar é a transformação em relação aos produtos e serviços, mas outro aspecto deve ter mais atenção. “Não adianta a gente ter produtos e serviços, já com este olhar do que significa a economia criativa e não ter na gestão do atendimento e relacionamento com os clientes. É preciso um redesenho dessa relação”, afirma.
Ele explica que se as empresas se concentrarem mais nesta questão, a economia criativa, a qual está tendo um crescimento tímido no Brasil em comparação a outros países, pode se concretizar com bases mais fortes. “Essa evolução toda para se chegar a economia criativa passa por uma questão bastante simples que é ouvir o que o consumidor espera, mas de uma forma mais próxima frente a complexidade de comportamentos, de interesses e da própria transformação. Quando a empresa passa a ouvir mais o cliente e prestar mais atenção nos detalhes, consegue fazer estes redesenhos usando a criatividade, a inovação que são os atributos básicos da economia criativa”, pontua.
O coordenador acrescenta ainda que a economia criativa se divide em dois grandes grupos, as industrias culturais e as industrias criativas. “Sem dúvida, hoje em dia, com o próprio momento no qual o Brasil passa, a indústria criativa em áreas como comunicação, arquitetura e entretenimento, são as que mais crescem”, comenta. Mas todos os segmentos, segundo França, necessitam de constante aprimoramento nas relações de consumo, isto é o que fará a diferença.