Quem é e o que faz na Internet a mulher dona-de-casa da classe C, de 25 a 49 anos? Por meio da metodologia Etnografia Digital foi possível descobrir que 40% dessas mulheres passam mais de duas horas por dia conectadas, sendo que 83% se conectam todos os dias. Também verificou-se que 86% participam de alguma rede social, 23% já criaram ao menos uma comunidade e 33% consideram a Internet um passatempo melhor do que a televisão. Outra dado interessante é que 78% se sentem mais globalizadas na Web e 15% chegam a se sentir mais inteligentes. Além disso, 26% declaram se sentir totalmente seguras em fazer compras on-line.
A metodologia Etnografia Digital foi desenvolvida pela Predicta e a MultiFocus, para monitorar o público a ser pesquisado em tempo integral, visando acompanhar o comportamento dos pesquisados em tempo real e ambiente natural. Ela pode ser aplicada para qualquer público predefinido e com diversos objetivos. “Antes, analisávamos para as empresas como os internautas se comportavam dentro do site delas ou mediante campanhas. Agora mostramos como eles interagem com todo o universo on-line e o que pensam dele”, explica Claudia Woods, diretora de serviços da Predicta. O projeto piloto da ferramenta contemplou os hábitos de navegação das donas-de-casa internautas de classe C.
Os registros de navegação apontaram para uma grande atividade desse público na Web: em 11 dias foram registrados 94.250 acessos em 2.700 URLs diferentes. Considerando o tipo de sites acessados, 44% da navegação foram em páginas de relacionamento; 38% em sites de informação; 10% em entretenimento; 6% em e-commerce e 2% em serviços. Analisando as URLs acessadas percebe-se que, em sites de relacionamento, as redes sociais respondem por 94% dos acessos, sendo o Orkut o mais visitado. O acesso a chats foi significativamente menor, com somente 5%, e os blogs registraram 1%.
Outro dado interessante é que nos sites de busca de informação, apenas 34% dos acessos são para enviar ou receber e-mail, o que mostra a força dos contatos imediatos presentes nas redes sociais. Apenas 10% da procura por informações foram em portais, jornais e revistas, enquanto que “buscadores” foram responsáveis por 56% das visitas. Já os acessos a serviços são mais distribuídos: Internet Banking foi responsável por 23% das visitas em portais de prestação de serviços, mas perdeu para a busca por emprego, que respondeu por 54% das URLs nessa categoria.